Ainda no fundo do poço por causa pandemia, o setor de turismo tem visto a vacina como esperança, não só porque aposta que os imunizados voltarão a viajar em alguns meses, mas porque os países com vacinação acelerada devem despontar como destino de imunização. Agências de viagem começam a sonhar com a venda de pacotes de roteiros longos para que o turista receba as duas doses durante o passeio. Mas as restrições aos brasileiros podem atrapalhar o plano.

Demanda tem, segundo Tharso Martelli, da Uniglobe, mas ele acha que ainda é cedo para falar de mercado de viagem de vacina. Por ora, o movimento é de brasileiros donos de imóveis na Flórida, que precisam fazer uma escala para a quarentena. O estado americano passou a exigir comprovante de residência antes de vacinar.

Diana Quintas, sócia da empresa de migração Fragomen, alerta que mesmo quem tem dupla cidadania ou residência em outros países precisa conferir critérios como a abertura da fronteira a brasileiros e a política de vacinação do destino.

A economista Tijana Jankovic, que tem nacionalidade brasileira e sérvia, viajou a Belgrado e recebeu a primeira dose nesta semana. Ela levou o marido brasileiro para se imunizar também.

Jankovik decidiu se vacinar em seu país natal porque considera preocupante a situação no Brasil. “Fez sentido passar um tempo aqui e resolver isso. Ficamos emocionados quando nos vacinamos. Vindo do Brasil, você sente que é uma conquista. Aqui parece algo básico, as pessoas não acham que é um evento na vida delas”, afirma ela.

com Mariana Grazini e Andressa Motter

Fonte: Folha de S.Paulo