No último domingo (26), como todos os anos, as ruas de Monte Carlo, no principado de Mônaco, viraram pista de corrida onde bólidos da Fórmula 1 passam em velocidades insanas. Desta vez, houve um novíssimo camarote de luxo para assistir à contenda: a suíte Príncipe Ranier 3º, joia maior da recém-concluída reforma do tradicional Hôtel de Paris.

A nova suíte mede 600 m² e, de seu terraço (de 135 m², com piscina), na cobertura, é possível assistir em posição privilegiada à evolução dramática dos carros na praça do Cassino em frente. 

No resto do ano, pode-se espreitar o mar Mediterrâneo, os suntuosos barcos na marina do principado, o prédio do cassino ou mesmo o rochedo onde os donos do hotel –a família do príncipe Albert 2º– têm seu palácio. Um quarto com um preço à altura: cerca de € 40 mil (R$ 180 mil) por noite.

A inauguração da suíte, em janeiro, marcou o fim oficial da longa reforma pela qual passou o hotel inaugurado em 1864: a obra consumiu quatro anos e € 270 milhões (R$ 1,2 bilhão).

A imponente fachada foi restaurada, mas não alterada, mantendo o estilo belle époque. Ao cruzar a porta giratória, o visitante agora encontra um saguão com decoração modernizada e mais claridade, tirando o aspecto sisudo do velho lobby, um toque dos arquitetos Richard Martinet e Gabriel Viora.

Uma ala foi adicionada ao edifício, que conta agora com 207 quartos e suítes (de no mínimo 34 m²). O bar do térreo ganhou novos ares e um terraço com vista para o mar e para o cassino.

A renovação tampouco deixou de lado a gastronomia, que ocupa lugar importante no hotel, no mínimo desde que o falecido príncipe Rainier contratou, em 1987, o jovem cozinheiro Alain Ducasse.

Na época, foi dado ao chef o desafio de conseguir para o restaurante principal do hotel a cotação máxima do guia Michelin, o que ele obteve em 1990.

Este restaurante, hoje batizado com o comprido nome de Le Louis 15 – Alain Ducasse à l’Hôtel de Paris, passou também por uma discreta reforma em seu salão de época. 

Mas as mudanças na comida foram além do visual. Alain Ducasse –que hoje supervisiona a gastronomia do hotel– criou ali um novo restaurante, o Ômer, voltado para a cozinha do Mediterrâneo, com elementos vindos de países como Grécia, Marrocos e Líbano.

A reforma do hotel inclui um novo átrio com lojas, e foi concomitante à criação, na rua ao lado, de um conjunto de modernos prédios combinando lojas, escritórios e residência –uma aposta para o futuro não só do prédio, mas de seu entorno.

Hôtel de Paris Monte-Carlo – Place du Casino, Monte Carlo, Mônaco. Site: montecarlosbm.com
 


Restaurantes do hotel

Le Louis 15 (chef Dominique Lory) Ambiente suntuoso, cozinha inspirada na região francesa de Provença com ênfase em legumes e pescados locais. Tem pratos como o robalo com espelta, cidra e coentro e a galinha d’angola grelhada na lenha com cogumelos morilles e batatas

Ômer (chef Patrick Laine) O mais novo restaurante assinado por Ducasse no hotel. Informal, traz ótimas interpretações de pratos clássicos da cozinha de “todo o Mediterrâneo”, incluindo Grécia, Turquia e países árabes. Oferece o carpaccio de robalo marinado com rúcula selvagem, e o frango chich taouk (assado, com pimenta, páprica, arroz perfumado e vermicelli crocante)

Le Grill (chef Franck Cerutti) Bem mais informal que o Louis 15, agora tem teto retrátil e uma vista acachapante do Mediterrâneo. Famoso pelos grelhados e assados (como o frango de leite com ervas e alcachofras violetas), mas também pelos suflês servidos como sobremesa

Fonte: Folha de S.Paulo