Saiu, na semana passada, o relatório da pesquisa “Análise do Consumo Alimentar Pessoal no Brasil” (estudo completo aqui), do IBGE, relativo ao biênio 2017-2018.

O estudo traz algumas informações animadoras. A mais relevante dá conta de que os alimentos in natura ou minimamente processados (tais como vegetais e carnes frescas) correspondem a 53% do total de calorias ingeridas pela população; os ultraprocessados (a exemplo de margarina e biscoitos recheados) somam 19,7% desse montante.

Outros dados devem ser vistos com alguma preocupação.

Vou me ater a um detalhe de um trecho do documento que analisa a variação da frequência de consumo de cada alimento –em comparação com a pesquisa anterior, de 2008-2009.

Os adoçantes artificiais (como o aspartame e a stévia), consumidos por 0,1% dos entrevistados na primeira pesquisa, aparecem na dieta de 8,4% dos ouvidos no levantamento mais recente. Aumentou 83 vezes em menos de dez anos.

O consumo de café, chá e sucos não se alterou significativamente nesse período. Os seja, cresceu somente a frequência com que o brasileiro estraga essas bebidas com adoçante.

Não vou me meter a listar aqui os malefícios do adoçante à saúde… vou me limitar a falar dos benefícios: nenhum.

Além de não acrescentar nada de positivo do ponto de vista nutricional, os adoçantes têm valor gastronômico negativo. Eles pioram qualquer bebida ou receita.

Esse povo precisa aprender a beber café puro.

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Fonte: Folha de S.Paulo