São 22h e alguém sugere jogar boliche. Outra pessoa quer ouvir jazz em um bar panorâmico, enquanto um grupo quer ver um musical. No fim, todos concordam que o melhor mesmo é ir jogar no cassino.

Assim é a rotina dentro da Grandiosa, mais nova embarcação da MSC Cruzeiros. O navio aportará em águas brasileiras em novembro próximo, cerca de um ano depois de sua viagem inaugural, entre Hamburgo e Southampton (uma hora ao sul de Londres).

Este repórter acompanhou o trajeto e passou uma semana no cruzeiro, que é, ao mesmo tempo, shopping de luxo, resort e casa de shows. 

Como o nome sugere, tudo no barco —o maior da frota da empresa suíço-italiana—​ é meio exagerado. Desde a escada que parece de cristal no hall principal, um dos principais pontos de selfie, até a carta de cerveja do pub Master of the Sea, com exemplares da bebida de dezenas de países.

Mesmo com muito esforço de reportagem, foi impossível conhecer a metade dos rótulos em uma semana a bordo. 

Os números da Grandiosa podem impressionar até aqueles acostumados a cruzeiros: são 19 andares, 67 metros de altura, 331 metros de comprimento e espaço para 6.334 hóspedes, além de mais de 1.700 tripulantes.

Segundo a empresa, será o maior navio que já veio para o Brasil. O plano da MSC é que, durante o próximo verão, o barco faça a rota entre Santos e praias do Nordeste. A viagem vai durar uma semana, com embarque e desembarque na cidade paulista.

Entre os destaques da programação estão as apresentações do Cirque du Soleil. O ingresso é pago à parte, com preços que variam de € 15 a € 35 (entre R$ 65 e R$ 150), mais barato do que os shows do grupo em terra firme. 

Serão dois shows: “Cosmos”, com temática espacial, e “Exentricks”, com a participação do público. Na viagem inaugural, as performances estavam em fase de ensaio. 

No próximo verão, será a primeira vez que um cruzeiro com exibições do grupo canadense vem para o Brasil.

Além disso, há outros shows gratuitos (basta reservar o lugar em um dos totens espalhados pelos corredores).

Com inspiração nos musicais americanos, os espetáculos têm temáticas variadas, desde clássicos do cinema até homenagens à banda sueca Abba. 

E a música está presente em quase todo o navio. No Sky, o tal bar panorâmico, no alto, o clima é intimista, com jazz, blues, Frank Sinatra e bossa nova na trilha.

Já na promenade, um grande calçadão com mais de cem metros de comprimento que funciona como o coração do cruzeiro, os ritmos são mais animados e mudam conforme o perfil do público. 

No início da noite, o espaço no sexto deque (andar) é tomado por hits dos anos 1970 e 1980, que embalam gincanas do tipo qual é a música. A brincadeira atrai boa parte do público mais velho, que é maioria no cruzeiro. 

Já por volta das 22h, é hora dos turistas mais jovens ocuparem o local. As luzes diminuem, entra um DJ e a promenade vira uma grande balada.

É um contraste com o clima durante o dia. É nesse mesmo calçadão que se concentram lojas de grifes e os restaurantes de chefs estrelados, onde as refeições são pagas à parte. 

Alguns deles são o bar de tira-gostos Hola! Tapas Bar (do espanhol Ramón Freixa), o francês L’Atelier Bistrot (com decoração que conta com quadros originais de Edgar Degas) e os orientais Kaito Teppanyaki e Sushi Bar (do chef nipo-americano Roy Yamaguchi). Há ainda outros restaurantes espalhados pelo navio e que estão incluídos na passagem do cruzeiro.

Mas o maior destaque do calçadão é o grande telão de LED (93 metros de extensão) no teto que troca de iluminação. Para quem acompanhou a série Harry Potter, a sensação é de estar no salão principal de Hogwarts, com seu teto encantado. 

Crianças e adolescentes também têm seus espaços. Destaque para a sala de Lego e para a Drone Academy, onde os pequenos podem montar e participar de uma competição de drones.

Há ainda um parque aquático e um espaço de games aberto a todas as idades.

O jornalista viajou a convite da MSC Cruzeiros

Fonte: Folha de S.Paulo