A temporada de cruzeiros na costa brasileira, programada para começar em novembro, teve uma nova baixa. A Costa Cruzeiros, que traria três navios para roteiros pela costa brasileira, argentina e uruguaia, anunciou o cancelamento de todas as viagens.

Segundo Dario Rustico, presidente-executivo da Costa Cruzeiros para a América Central e do Sul, não foi uma escolha comercial, mas uma decisão tomada “devido ao cenário de indefinições na América do Sul e ao tempo de organização para trazer os navios da Costa, que estão baseados na Europa”.

Os novos protocolos de segurança que os navios deverão adotar para fazer viagens pela costa brasileira durante a pandemia estão sob avaliação da Anvisa e do Ministério da Saúde.

Ainda em junho, a CVC anunciou que não traria para a temporada 2020/2021 o navio Pullmantur Soberano, que há anos integrava a frota de cruzeiros do litoral nacional. Nesse caso, a decisão foi tomada porque a Pullmantur, detentora do banco, entrou com pedido de recuperação judicial, o que levou a CVC a suspender a comercialização das viagens.

Agora, resta apenas uma empresa para a temporada, a MSC, com três navios. Depois do anúncio do cancelamento da temporada da Costa, a companhia divulgou um comunicado em que afirma “seu contínuo comprometimento com as autoridades de saúde brasileiras, argentinas e uruguaias a fim de garantir o retorno de suas operações na América do Sul”.

A temporada da MSC está prevista para começar em 15 de novembro, com a primeira viagem do MSC Prezioza, que terá roteiros para o Nordeste e para a Argentina. Haverá ainda o MSC Seaview, que fará roteiros para o Nordeste, com embarque em Santos, Salvador e Maceió, e o MSC Música, com viagens de Santos para o Uruguai e a Argentina.

Na temporada 2019/2020, foram sete embarcações, da MSC, Costa e Pullmantur.

A Clia Abremar, associação que representa os cruzeiros, afirmou que não interfere nas decisões de seus associados, mas “reforça que está trabalhando para a concretização da temporada 2020/2021”.

Os clientes da Costa que foram afetados pelo cancelamento dos cruzeiros podem converter o valor gasto em créditos para outra viagem com a empresa —mas será descontado o valor da comissão do agente de viagens, caso a compra tenha sido feita com intermediários.

A nova reserva deverá ser feita até 31 de dezembro de 2021, para embarcar até 30 de junho de 2022. Quem remarcar a viagem ganhará um bônus para ser usado no novo cruzeiro, entre R$ 400 e R$ 1.200, dependendo do pacote que foi cancelado.

Também é possível pedir o reembolso do valor gasto, mas a devolução será feita em até 12 meses a partir da data de encerramento do estado de calamidade pública, como consta na lei 14.046, sancionada no último dia 25.

A Costa afirma que voltará ao país para a temporada 2021/2022, com dois navios.

Fonte: Folha de S.Paulo