Desde 2017, quando o custo do despacho de bagagens deixou de ser incluído obrigatoriamente no valor das passagens aéreas, o turista brasileiro precisa calcular quantas malas vai levar antes de comprar seus bilhetes.

Há categorias básicas de tarifas que não dão direito ao despacho de bagagem. O passageiro deve viajar apenas com a mala de mão.

O preço de cada volume extra despachado varia conforme a companhia aérea, a plataforma onde foi feita a compra do bilhete, a categoria do cliente, a antecedência da compra e o destino.

Por exemplo: em voos internacionais da Gol, o despacho de uma mala extra custa R$ 60 se a compra for feita pela internet. No aeroporto, o passageiro paga R$ 120 pelo mesmo serviço. Já um volume extra na Air France pode custar até US$ 200 (R$ 773).

Se a ideia é fazer compras na viagem, na hora de comprar o bilhete e escolher a franquia de bagagem, é preciso prever o espaço necessário para acomodar os novos itens.

“É melhor levar uma mala média e deixar espaço para as compras, porque aí você sabe que só pode comprar aquela quantidade de coisas”, afirma a organizadora pessoal Carol Costa.

Quando a bagagem já está cheia na ida, não vai comportar mais itens na volta. Nesse caso, a saída é comprar mais malas —e franquias para poder transportá-las.

Se os itens forem frágeis, é melhor deixar ainda mais espaço, para protegê-los.

Quem quer trazer vinhos, por exemplo, vai precisar enrolar as garrafas em plástico bolha, toalhas ou peças de roupa e colocar dentro de sacolas plásticas, indica Costa. Isso ajuda a evitar que as garrafas se quebrem durante o deslocamento e, se o pior acontecer, que a bebida manche o conteúdo da mala.

Se o viajante costuma trazer vinhos ou outras bebidas com frequência, pode ser vantajoso investir em uma bolsa própria para o transporte. A loja virtual TecnoMalas tem modelos de maletas para duas (R$ 347,70) ou três garrafas (R$ 432), acolchoadas e com divisórias. Essas maletinhas podem ser levadas na mão ou dentro de malas maiores.

Caso a quantidade de garrafas seja grande, esses itens viajam mais protegidos em malas específicas para seu transporte, com moldes de espuma que protegem as bebidas.

Bom lembrar: cada pessoa pode levar no máximo 12 litros de bebida alcoólica na bagagem despachada (equivale a 16 garrafas de vinho).

Outra compra comum —e volumosa— feita no exterior é a de enxovais. Nesse caso, Costa recomenda usar um saco plástico com fechamento à vácuo, para que as peças ocupem menos espaço. Há embalagens desse tipo próprias para viagem, que podem ser fechadas sem o uso do aspirador de pó para a retirada do ar, mas o modelo tradicional também funciona. “Hotéis estão acostumados a emprestar o aspirador, muita gente faz isso”, afirma. 

Antes de ir às compras no exterior ou em outros estados do Brasil, pesquise quanto custa o item desejado na sua cidade. Se for necessário uma mala nova ou mais franquia de bagagem para trazer o item, pode não compensar. “É importante colocar na ponta do lápis, principalmente agora, que as moedas estrangeiras estão altas”, diz Costa. 

Caso o valor das compras exceda US$ 500 (R$ 1.933), o passageiro deve pagar um imposto de importação no valor de 50% do montante que superar esses US$ 500. Por exemplo: se gastou US$ 700 (R$ 2.706), terá que pagar US$ 100 (R$ 387) de imposto. É melhor já computar esse gasto na hora de avaliar se a compra no exterior é vantajosa ou não.

 

Quanto custa cada volume despachado

VOOS NACIONAIS

Gol
Pela internet, a primeira mala custa R$ 60, a segunda, R$ 100, e a terceira, R$ 130. No aeroporto, a primeira sai por R$ 120, a segunda, por R$ 140, e a terceira, por R$ 220

Azul 
Pela internet, a primeira mala extra sai por R$ 60, a segunda, por R$ 100, e a terceira, por R$ 130. No balcão, a primeira custa R$ 120, a segunda, R$ 140, e a terceira, R$ 160

Latam
Cada mala extra custa R$ 59 antes do check-in e R$ 120 durante esse processo. Há bilhetes que já incluem a franquia de bagagens

Avianca
Na tarifa Promo, a primeira mala custa R$ 60 até seis horas antes do voo e R$ 100 após isso. A segunda custa a partir de R$ 100. Na Economy, uma mala de 23 kg está inclusa. A segunda custa a partir de R$ 60

VOOS INTERNACIONAIS

Gol
Pela internet, a primeira mala extra custa R$ 60, e a segunda, R$ 115. No balcão, a primeira sai por R$ 120, a segunda, por R$ 230 

Azul 
Os clientes Tarifa Azul pagam a partir de US$ 20 (R$ 77) na primeira mala para voos na América do Sul; os clientes Mais Azul têm direito a uma mala despachada e pagam a partir de US$ 40 (R$ 154) na segunda. Se o destino for os EUA, as malas extras custam US$ 150 (R$ 580); em voos para a Europa, saem por € 150 (R$ 661)

Latam 
Nos voos para a América do Sul, as malas extras custam a partir de US$ 20 (R$ 77), até seis horas antes do voo, e US$ 30 (R$ 116), após esse período. Para a Europa, a primeira bagagem despachada custa US$ 55 (R$ 213) ou US$ 75 (R$ 290)

Avianca
Voos para a América Latina incluem uma mala de 23 kg. Segunda e terceira mala saem a partir de US$ 80 (R$ 309).Nos voos para os EUA, duas malas de 23 kg estão inclusas 

Aerolíneas
Cada mala extra, nos voos entre Argentina e Brasil, custa a partir de US$ 64 (R$ 247). As passagens incluem uma mala de 23 kg

American Airlines 
Nos voos entre Brasil e EUA, cada mala extra custa US$ 150 (R$ 579). Todos os clientes têm direito a duas malas de 23 kg

Air France
Os clientes têm direito a duas malas de 23 kg. Malas adicionais custam a partir de US$ 160 (R$ 619)

Fonte: Folha de S.Paulo