Nesta época do ano, é fácil fazer auê com os ovos de Páscoa bizarros oferecidos por aí.

Eu nem ia escrever sobre o assunto… de novo… é óbvio demais. Mas não param de chegar coisas mais e mais aberrantes na minha caixa postal. Caixa postal de jornalista de gastronomia é um poço de perversões.

Os ovos diferentões podem ser somente combinações pouco ortodoxas com o chocolate. Marshmallow de limão. Paçoca. Pistache. Leite ninho.

Aí vêm as variações de formato. Ovos –ou melhor, meios ovos–

lotados com recheio de colher já são mainstream. Neste ano, a grande inovação foi um ovo feito com camas ovais e planas de chocolate. O terraplanismo aplicado à confeitaria pascal.

A coisa fica mas sinistra quando começam a mexer no material de que o ovo é feito. Chocolate ruby, cor-de-rosa. Pudim. Churros. Bolos. Bolo de cenoura. Bolo red velvet, tingido de vermelho por milhões de insetinhos triturados.

Para ganhar dinheiro, tem até sorveteria colocando lascas de ovo de chocolate dentro do sorvete. Sério que eles querem que a gente pague pau (e dinheiro) para flocos de chocolate só porque um dia eles fizeram parte de um ovo de Páscoa?

Entramos a seguir no capítulo dos ovos salgados. Não acredito que eles sejam feitos por outro motivo se não a divulgação na internet. Coxinha. Abará. Empada. Temaki.

Finalmente, aquele que me motivou a, enfim, escrever este post. Um ovo de chocolate com alho negro (que vem a ser um tipo de conserva de alho, bastante adocicada). Repito: chocolate com alho.

Vou parar por aqui, antes que comece a escrever palavrões.

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Fonte: Folha de S.Paulo