É do alto de uma falésia recoberta de vegetação que se descortina a melhor vista da baía do Sancho, situada naquele pedacinho de chão firme do meio do Atlântico que é repleto de belezas naturais: Fernando de Noronha.


A imagem vai ser ainda mais marcante se houver um barquinho flanando em suas águas transparentes, morada de uma rica fauna marinha. Lá de cima do penhasco, dá para jurar que a embarcação está voando.


A praia foi eleita em 2018 a mais bonita do Brasil —e a segunda do mundo— pelo prêmio Traveller’s Choice, do site de avaliações TripAdvisor. 


Suas águas claras têm coloração que passeia entre os tons de verde e azul, em um degradê visível quase todo o ano, interrompido apenas no período dos “swells”, as grandes ondulações que fazem a alegria dos surfistas.


Originado por ventos vindos do oceano, esse movimento tende a deixar o mar revolto, provocando ondas de até quatro metros (geralmente ocorrem entre dezembro e março, mas, é bom lembrar, o clima está uma doideira).


Isolada, limitada por uma costa acidentada, a praia exige esforços de quem deseja chegar até ela. Há duas formas de alcançar a baía do Sancho. 


Uma é pelo mar, em barcos, já que aquele é um dos poucos pontos em que é permitida a parada de embarcações para banho, pois não há prejuízo aos corais.


A segunda é pelas escadas encravadas dentro de uma fenda na rocha, complementada por degraus nas pedras, descendo até a areia clara.


O caminho que proporciona o melhor visual é, sem dúvida, também o mais difícil: a descida pelas escadas.


A recompensa vale o esforço, mas é preciso ficar atento à tabela de horários fixos para subida e descida, definidos pelo ICMbio (Instituto Chico Mendes da Biodiversidade), que administra a área.


As praias de Noronha são “divididas” em dois conjuntos: as que estão do lado voltado para o Brasil são as de mar de dentro, e as voltadas para a África, são as de mar de fora.


​As de mar de dentro ostentam águas tranquilas na maior parte do tempo, diferentemente das outras, que costumam ter águas agitadas —calmas só em pontos de arrecifes.


A baía do Sancho localiza-se no mar de dentro. Por se tratar de uma área de preservação ambiental, ali não é permitida a presença de barracas, tampouco de vendedores ambulantes (leve, portanto, água e lanches na mochila). 


Ah! Não se esqueça da máscara de snorkel: Sancho é considerado um dos melhores lugares do mundo para a prática de mergulho livre.



Fonte: Folha de S.Paulo