Cada um luta com a arma que tem.

No Reino Unido, virou moda entre os manifestantes anti-Brexit atirar milk-shake nos políticos que apoiam a saída do país da União Europeia.

A última vítima foi Nigel Farage, líder do partido do Brexit, atingido ontem na cidade de Newcastle, norte da Inglaterra, quando discursava numa praça no centro da cidade.

Melado e furioso, Farage partiu para cima dos próprios seguranças. “É um completo fracasso, vocês poderiam perceber [o agressor] a uma milha de distância”, berrou o líder pró-Brexit.

Mais tarde, Farage tuitou em tom mais ameno e culpou os partidários do “remain” (contrários ao Brexit) pela onda de ataques leitosos.

Paul Crowther, 32, que foi detido no local, atirou no político um milk-shake de banana com caramelo salgado, comprado na Five Guys –um fast-food hipster de origem norte-americana.

“Eu estava amarradão no milk-shake, mas acho que ele serviu para um propósito melhor”, disse o lacto-terrorista para o jornal britânico “The Guardian”.

A perigosa iguaria custou 5,25 libras –o equivalente a mais de 27 reais. É preciso ter muita raiva para jogar 27 mangos num político e encarar uma noite na cadeia. Segundo a imprensa local, Crowther admitiu o ataque e não demonstrou arrependimento algum.

Na semana passada, quando Farage foi fazer campanha na Escócia, a polícia de Edimburgo pediu para as lojas do McDonald’s pararem temporariamente de vender milk-shakes. A rede obedeceu, mas a concorrente Burger King tuitou o anúncio de que a bebida estaria disponível em todas as suas lanchonetes.

Até a premiê Theresa May se manifestou. Um porta-voz declarou: “A primeira-ministra tem a convicção de que políticos devem poder sair para trabalhar ou fazer campanha sem assédio, intimidação ou abuso.” Abuso de banana, de flocos ou de qualquer outro sabor.

Tommy Robinson, do Ukip (Partido pela Independência do Reino Unido, na sigla em inglês), tomou –mas não bebeu– dois milk-shakes em dois dias consecutivos. Seu colega de partido Carl Benjamin esteve sob a chuva de milk-shake e outras comidas pelo menos quatro vezes em sua campanha para o parlamento europeu.

Como se percebe, ovos e tomates perderam popularidade para armas mais tecnológicas. Outros políticos de direita foram alvejados com milk-shakes recentemente na Grã-Bretanha.

No Brasil, o que seria essa arma? Açaí com guaraná? Não faça isso, minha gente… vai manchar de roxo o terno dos nossos políticos.

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Fonte: Folha de S.Paulo