Em celebração ao centenário de fundação da escola Bauhaus, a Alemanha amplia antigos museus e inaugura espaços especiais para exibições neste ano.

Fundada em abril de 1919, a escola de design, artes plásticas e arquitetura teve três sedes: Weimar, Dessau e Berlim. Sua influência, porém, não se restringiu às três cidades: se estendeu pelo país e o mundo e é grande hoje, ainda, na produção contemporânea. 

Após o fechamento da Bauhaus, em 1933, diante da ascensão do nazismo, seus professores emigraram, principalmente para os EUA. Mantiveram, assim, a relevância daquela estética modernista, que almejava criar peças e prédios de design acessível.

Entre as novidades preparadas pela Alemanha para comemorar o marco está a abertura, neste sábado (6), de um prédio no museu Bauhaus, em Weimar, no centro do país.

Com cinco andares, o edifício tem o formato de um cubo de vidro e foi erguido sobre uma base de concreto. O projeto de arquitetura foi escolhido por meio de um concurso que recebeu mais de 500 inscrições em 2012.

O espaço terá 2.000 metros quadrados e exibirá 13 mil objetos e documentos que pertenceram à Bauhaus.

Dessau (a 120 km de Berlim), por sua vez, receberá um novo museu, com abertura prevista para o dia 8 de setembro. Será a primeira vez que os 40 mil objetos da fundação que estão no município serão expostos integralmente.

Assim como no caso de Weimar, o espaço cultural teve seu desenho escolhido por um concurso, que recebeu 831 projetos. O vencedor foi o escritório González Hinz Zabala, de Barcelona. 

Já Berlim terá uma nova ala em seu museu dedicado à Bauhaus, a ser aberta apenas em 2022. O espaço, inaugurado em 1979 em um prédio projetado pelo fundador da escola, Walter Groupius, ganhará uma extensão de 6.200 metros quadrados, incluindo área para café e loja.

Quem visitar a capital do país neste ano, contudo, também poderá saber mais sobre a Bauhaus. Entre 6 de setembro e 27 de janeiro de 2020, a Berlinische Galerie receberá a exposição “Original Bauhaus”, com o arquivo da escola na cidade e trabalhos de artistas influenciados pela corrente.

Visitantes poderão experimentar os métodos de ensino empregado na Bauhaus, reproduzindo exercícios propostos aos alunos da escola.

Margaret Grantham, diretora do centro de turismo da Alemanha no Brasil, afirma que as extensões e os novos museus irão mostrar ao público algumas obras que até então estavam escondidas. 

“Vamos ter acesso aos elementos originais da Bauhaus”, afirma ela. Como os prédios antigos da escola são tombados e não podem ser reformados, não havia estrutura adequada para exposições.

Os novos locais de exposição foram projetados para eliminar esse entrave. 

Fora as mostras que acontecerão em centros culturais, os turistas poderão observar o legado da Bauhaus nas ruas, em construções projetadas por egressos da escola. 

Organizado pelo órgão federal alemão para cultura, o projeto Grande Tour do Modernismo passará pelos principais marcos dessa arquitetura.

São sete roteiros, a serem percorridos a pé, de carro, ônibus, trem ou bicicleta. Cada trajeto pode ser completado num período de dois a cinco dias. O maior deles é o “Descubra Bauhaus”, que passa por 12 cidades, incluindo Weimar, Dessau, Berlim e Bernau. 

A visita inclui um tour guiado por Weimar, que foi a primeira sede da escola, para avistar construções modernistas e conhecer o museu dedicado à estética. 

Depois, os turistas seguem para Dessau, onde visitam o prédio da Bauhaus e outras construções, acompanhados de um guia especializado. 

Em Berlim, caso a visita seja feita antes da abertura da mostra “Original Bauhaus”, é possível ir a uma de várias exibições que acontecerão ao mesmo tempo na cidade –a programação completa está disponível em bauhaus100.de. 

O programa é finalizado com uma visita ao monumento Bauhaus na Escola Federal de Bernau, na cidade de mesmo nome, que é patrimônio mundial pela Unesco. 

Para fazer a reserva dos passeios do Grande Tour Modernista, é preciso enviar um email para [email protected]. Mais informações sobre todos os tours estão no site grandtourofmo dernism.com.

Fonte: Folha de S.Paulo