A Federação Internacional de Automobilismo (FIA, na sigla em francês) anunciou, nesta quinta-feira, a remoção de Michael Masi como diretor de provas da Fórmula 1. Em comunicado oficial, o novo presidente da entidade, Mohammed Ben Sulayem, confirmou que Niels Wittich e Eduardo Freitas vão se alternar no posto. com assistência de Herbie Blash. Agora, o australiano terá um novo cargo interno.

Masi gerou polêmica por conta das decisões no GP de Abu Dabi de 2021, que deu o título da Fórmula 1 para o holandês Max Verstappen. Na ocasião, o piloto da Red Bull era segundo colocado, atrás do inglês Lewis Hamilton, da Mercedes, mas a situação mudou após o acidente do canadense Nicholas Latifi, da Williams, com cinco voltas para o final da prova. Antes da relargada, no último giro da corrida, o diretor optou por remover apenas os retardatários que estavam entre os candidatos ao título em vez de liberar todos ou nenhum, como diz o regulamento.

Com o embate direto criado para a última volta, Verstappen ultrapassou Hamilton e conquistou o primeiro título mundial na Fórmula 1. A Mercedes chegou a entrar com um protesto por conta da decisão, que acabou negado. Na última segunda-feira, as 10 equipes se reuniram com o presidente da FIA para debater o tema. Apesar do silêncio após o encontro, a entidade citou que medidas seriam tomadas nos dias seguintes.

“Durante o encontro da Comissão da F-1 em Londres, eu apresentei parte do meu plano de avanço da arbitragem da Fórmula 1. Tirando conclusões da análise detalhada dos eventos do último GP de Abu Dabi e da temporada 2021, propus uma reforma profunda da organização da direção de corrida”, comentou Ben Sulayem no vídeo divulgado pela FIA. O novo mandatário afirmou que a mudança foi aprovada de forma unânime pelos chefes de equipe.

Além da saída de Masi, Ben Sulayem anunciou a criação de um VAR, tal como no futebol. A assistência por vídeo será posicionada em um escritório da FIA fora dos circuitos e, em conexão em tempo real com o diretor de prova, ajudará a aplicar o regulamento usando ferramentas tecnológicas.

Também foi confirmado que a comunicação entre equipes e diretor de prova durante a corrida, que inclusive virou recurso televisivo em 2021, será removida para proteger o novo diretor de pressões externas na hora das decisões. Chefes poderão apenas realizar perguntas não intrusivas de acordo com um protocolo.

Para finalizar o pacote de medidas, o presidente da FIA citou que os procedimentos em relação ao “safety-car” (carro de segurança) serão revistos pelo conselho da Fórmula 1 e apresentados na próxima reunião, que acontecerá antes do início da temporada 2022, em março.