O Tribunal do Júri Federal condenou nesta sexta-feira, 27, o ex-prefeito e fazendeiro Antério Mânica pelo assassinato, em janeiro de 2004, de três auditores fiscais e de um motorista do Ministério do Trabalho na “Chacina de Unaí”, na zona rural da cidade mineira, no noroeste do Estado. Mânica pegou 64 anos de prisão, em regime inicial fechado, mas vai poder recorrer da decisão em liberdade.

O julgamento teve início na terça-feira, 24, quatro anos após o Tribunal Regional Federal da 1ª Região anular sentença que impôs ao ex-prefeito 100 anos de prisão.

Antério é acusado pelo Ministério Público Federal de ser mandante do crime, ao lado do irmão Norberto Mânica. Em 2015, eles foram condenados pelo crime de quádruplo homicídio, triplamente qualificado por motivo torpe, mediante pagamento de recompensa em dinheiro e sem possibilidade de defesa das vítimas.

Em 2018, quando a sentença de Antério foi derrubada, o TRF-1 também decidiu reduzir a pena de Norberto, para 65 anos de prisão. À época, o fazendeiro irmão de Antério confessou, pela primeira vez, sua ligação com o crime.

A chacina aconteceu em 28 de janeiro de 2004 na zona rural de Unaí. Os auditores fiscais Nelson José da Silva, Eratóstenes de Almeida Gonçalves e João Batista Soares Lage e o motorista Ailton Pereira de Oliveira foram assassinados a tiros dentro de uma caminhonete do ministério, enquanto trabalhavam na região. Segundo a denúncia, o crime foi encomendado.