Foto18 Cerimonia de naturalizacao EUA: Cresce o índice de naturalizações no ano fiscal de 2018
Nos primeiros 3 quartos do ano fiscal de 2018, mais de 544 mil imigrantes naturalizaram-se nos EUA (Foto: cerimônia na sede do governo em Utah)

Atualmente, a motivação mais frequente é o medo de mudanças não favoráveis aos estrangeiros nas leis de imigração

Enquanto as políticas migratórias dos EUA tornam-se cada vez mais agressivas, a cidadania representa uma conquista ainda mais valiosa. Nos primeiros 3 quartos do ano fiscal de 2018, mais de 544 mil imigrantes naturalizaram-se, ou seja, 15% com relação ao mesmo período há 1 ano, segundo dados do Departamento de Segurança Nacional (DHS). O maior aumento ocorreu no 1º quadrimestre de 2018, entretanto, ocorreu uma queda leve no 3º quadrimestre.

A maioria dos imigrantes podem ser tornar cidadãos dos EUA depois que serem residentes legais permanentes (green card) por 5 anos ou 3 anos se casaram-se com um cidadão dos EUA. O Departamento de Cidadania & Serviços Migratórios (USCIS) calculou que haviam 13.2 milhões de residentes legais permanentes em 2015 e 9 milhões deles elegíveis para aplicarem para a cidadania. Os candidatos devem pagar a tarifa de US$ 725, além de passar no teste de cidadania; o que pode ser difícil mesmo para aqueles que passaram a maior parte da vida nos EUA. Muitos deles não tinham urgência para aplicar até ano passado, alegando a importância de votar nas eleições na ocasião.

Não houve uma grande mudança no número de novos cidadãos nos últimos anos, mas os dados de 2018 indicam o início de aumento.

O instrutor do Curso de Preparação para o Teste da Cidadania Americana, Leonardo Ferreira, leciona há cerca de 7 anos na ONG Mantena Global Care, em Newark (NJ). Ele informou que as mudanças nas leis migratórias, especialmente após a posse do Presidente Donald Trump, têm motivado inúmeros imigrantes, alguns deles portadores do green card há mais de 2 décadas, a aplicarem para a cidadania. Ferreira frisou que muitos imigrantes aplicavam para a cidadania quando planejavam retornar ao Brasil, pois não queriam perder os direitos nos EUA ou legalizar filhos e cônjuges. Atualmente, o quadro se inverteu e a motivação mais frequente é o medo de mudanças não favoráveis aos estrangeiros nas leis de imigração.

. Nação de imigrantes:

Conforme a nova perspectiva do USCIS, os EUA já não são mais visto como uma nação de imigrantes. Em fevereiro de 2018, o órgão federal removeu o slogan tradicional de em seu website. A mensagem de boas vindas antiga era:

“O USCIS garante a promessa da América como uma nação de imigrantes ao prover informações corretas e úteis aos nossos clientes, garantindo benefícios de cidadania e migratórios, promovendo a consciência e entendimento do que seja a cidadania e garantindo a integridade do nosso sistema migratório”.

A nova mensagem atesta:

“Os Serviços de Cidadania & Imigração dos EUA administram o sistema migratório legal da nação, mantendo sua integridade e missão ao processar de forma justa e eficiente os pedidos de benefícios migratórios ao mesmo tempo em que protege os americanos, mantendo a segurança nacional e honrando os nossos valores”.

A mudança nas palavras vai contra a tradição antiga adotada pelas autoridades eleitas e políticos ao se referirem aos EUA como uma nação de imigrantes. Os presidentes Harry Truman e Gerald Ford usaram em seus discursos, assim como Jimmy Carter, Bill Clinton, George W. Bush e, obviamente, Barack Obama. Até Donald Trump mencionou o conceito quando defendia o decreto de lei que proibia viajantes oriundos de países de maioria muçulmana de entrarem nos EUA.

Fonte: Brazilian Voice