Leila Centner, cofundadora e CEO da Centner Academy, uma escola particular localizada no Design District de Miami, já era conhecida por compartilhar conspirações sem comprovação científica sobre a covid-19 em suas redes sociais.

Agora, ela decidiu que sua equipe de professores e demais funcionários da escola devem ser proibidos de tomar a vacina, citando argumentos sem qualquer evidência de que o contato entre as pessoas vacinadas e as crianças seria prejudicial para os menores.

Em uma carta enviada a toda a equipe da escola, Centner informou que professores imunizados devem ficar longe das crianças, e àqueles que não foram vacinados ela exige que não o façam até o final do ano letivo.

“Houve relatos de pessoas não vacinadas que foram afetadas negativamente pela interação com pessoas que foram vacinadas”, alegou a cofundadora.

A medida, claro, gerou uma avalanche de críticas de pais de alunos e de autoridades em saúde.

Diante da repercussão do caso, Centner decidiu se explicar por meio de uma nota enviada à agência de notícias AFP na segunda-feira (26). No texto, ela diz que “parece que quem recebeu as injeções pode estar transmitindo algo de seus corpos àqueles com quem estão em contato”.

Essas afirmações, no entanto, já foram refutadas por cientistas. “É impossível, uma vez que todas as vacinas fazem as células produzirem apenas a proteína espicular e nenhum outro componente do vírus”, esclareceu à AFP, Jamie Scott, professora emérita e ex-pesquisadora de imunidade molecular da Universidade Simon Fraser, no Canadá.

Leila Centner afirmou, ainda, que a vacina causou um aumento de “366%” nos abortos espontâneos, informação também sem nenhuma base científica. Ela cita como fonte um artigo publicado por um portal chamado The Daily Expose. 

“Nenhuma evidência indicou um aumento de abortos após as vacinas contra a covid-19 e nenhum padrão preocupante de notificação (de abortos espontâneos) foi observado”, indicou um porta-voz dos Centers for Disease Control  (CDC).

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