Um burburinho constante e crescente ecoava em minha mente causando incomodo. Por não consegui entender o que acontecia, o sentimento de angústia encontrou espaço para se manifestar.
Nesse momento comecei a perceber que eram mais do que ruídos, identifiquei que estava ocorrendo um diálogo, mas não conseguia ouvir quem estava falando muito menos o que dizia.
E assim a angústia convidou o medo, que por sua vez chamou a culpa e essa veio de mãos dadas com o melindre…
De posse desses sentimentos continuei tentado entender o que estava acontecendo, até que o Bom Senso me chamou no canto e disse: “- Psiu! Presta atenção no que dizem a Consciência e o Ego”.
Ao ouvir essa advertência comecei a perceber que aquele barulho era formado por palavras e que elas tinham significado. Observei que havia uma comunicação em andamento, foi então que concentrei todos os esforços para escutar o que estava sendo dito.
O Ego de forma arrogante e diretiva gritava que era necessário ação em toda situação vivida.
Ação efetiva e eficaz!
Ação ágil e imediata!
Ação direta e contundente!
Ação abrangente e precisa!
Ação, Ação, SEMPRE AÇÃO…
A Consciência com toda a ponderação que lhe é característica, aguardava a oportunidade de se expressar, enquanto o Ego abria as portas para que determinados sentimentos entrassem e tomassem conta do espaço…
Acontecia uma reunião de sentimentos com direito a presenças marcantes, como a da tristeza que fazia grandes exibições e da desilusão que apresentava seu show nos intervalos. Sem contar com a revolta que tomada pelo poder da argumentação subia no palco e roubava a cena…
A busca pela sintonia seguia em ritmo intenso até que consegui convidar a Consciência a se manifestar.
Chegado o tempo adequado foi possível escutar a voz tranquila da Consciência dizer que toda ação empenhada, por mais positiva que seja, gera repercussões que independem de quem a impetrou.
Assim sendo, a ação individual emana energia que reflete no todo. Uma vez empenhada, estabelece no outro uma reação. Sendo essa reação fundamentada pelas percepções do Ego e da Consciência do outro que foi envolvido por minha ação.
Nesse exato momento a culpa toma a palavra na tentativa de impedir que a Consciência concluísse seu pensamento…
Foi quando percebi que ao permitir o pronunciamento pleno da Consciência, conseguiria interromper a relação estabelecida com os sentimentos convidados pelo Ego…
Decidi sintonizar integralmente, nesse instante a Consciência pôde ressaltar que antes da ação se faz necessário o sentir e o pensar. Sentir quais são as minhas necessidades e quais são as necessidades do outro envolvido por minha ação. Pensar quais possíveis impactos minha ação irá gerar no todo.
Se o sentir estabelecer conexão com o Amor e sentimentos correlatos…
Se o pensar gerar um cenário integral e equilibrado com o todo…
Então a vontade se enche de boas pretensões e empenha ação com o intuito de estabelecer bons resultados…
No entanto, ressaltou a Consciência, o sentir, pensar e agir possibilita uma escolha mais adequada dentro de percepções individuais, o que não impede um desequilíbrio do todo. Mas ainda que esse desequilíbrio ocorra, sempre é tempo de reiniciar o processo de sentir, pensar e agir buscando estabelecer a harmonia.
Alessandro Lima
Fonte: Brazilian Press