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Transpor fronteiras é uma característica intrínseca ao conceito de educação, que está em constante evolução, assim como a sociedade. Os novos tempos, desejos e tecnologias afetam diretamente a forma de ensinar e aprender e, com isso, universidades – uma das instituições mais antigas do Ocidente – também mudam suas didáticas.

O Centro Universitário Belas Artes nasceu em 1925 do desejo de seu fundador Augusto Gomes Cardim de impulsionar a criatividade. Augusto era filho do artista português João Pedro Gomes Cardim e participou ativamente da vida artístico-cultural de São Paulo antes de fundar a Academia de Belas Artes. O pensamento de vanguarda de seu fundador deu frutos inaugurando o primeiro curso dedicado exclusivamente ao ensino de Arquitetura em São Paulo, em 1928.

Em 2014, a instituição se tornou pioneira também ao criar a primeira graduação do Brasil dedicada especificamente ao trabalho com as mídias sociais digitais. Este ano, ao se preparar para abrir um novo câmpus onde propõe a união de teoria e prática com uma unidade dentro do Shopping Cidade Jardim, em São Paulo, a Belas Artes mostra que o apetite por transformação continua presente nessa geração.

Tendo o ensino de Design de Moda como um dos carros-chefe, acompanhado por cursos como Gastronomia e Design de Joias, o novo câmpus se insere em um novo ambiente cercado pelos espaços das melhores marcas nacionais e internacionais. A localização se mostra como uma excelente oportunidade para os alunos, que estarão imersos diariamente nos temas que estudam. Futuros estilistas e diretores criativos poderão estudar de perto os melhores acabamentos, observar técnicas de construção de roupas, analisar o mix de produtos escolhidos para estar na loja, vendo na prática os temas de seus estudos.

“O aluno terá conteúdo acadêmico e prático dentro e fora da sala de aula. O câmpus está sendo todo preparado para um aprendizado dinâmico, onde terá acesso imediato ao conteúdo aprendido circulando pelos corredores do shopping”, conta Patrícia Cardim, a quarta geração da família à frente do Centro Universitário Belas Artes.

“O câmpus é grande e surpreendente, além de oferecer um ritmo de experimentação. Entre os blocos, há uma praça interna que será o ponto de conexão, o encontro e até o palco de atividades acadêmicas. Cada pedaço do projeto tem uma ativação, ou seja, algum elemento que provoca o usuário, que vai desde uma peça de comunicação até uma peça de mobiliário. O percurso todo deve oferecer uma narrativa com diversos capítulos, com pequenas instalações”, complementa.

IMERSÃO. O modelo, que é novidade para o Brasil quando o assunto é moda, já existe em outros países. Em Milão, na Itália, o prestigiado Instituto Marangoni está localizado a poucos passos do famoso Quadrilátero da Moda – região onde se concentram as principais boutiques das maiores marcas globais. A imersão entra como parte do ensino e expõe os alunos ao mercado de uma forma prática que parte da escolha da localização geográfica da faculdade.

“No câmpus Shopping Cidade Jardim, teremos toda a estrutura que já temos no câmpus Vila Mariana, laboratórios de costura, de estamparia, modelagem, e muito mais, o DNA da Belas Artes, mas com uma nova proposta, pensada especialmente para o novo espaço”, conta Patrícia, sobre o curso de moda no novo espaço da Belas Artes.

O novo câmpus será inaugurado em novembro no Shopping Cidade Jardim, com projeto assinado pelo arquiteto Jayme Lago Mastieri, que também acredita na vivência como parte fundamental do processo de ensino em sua área. “A maior lição para arquitetura não se encontra nos acabamentos ou nas formas desenhadas, mas em como os usos podem ser combinados”, conta.

Ao combiná-los, o novo espaço de ensino mescla dois universos que, à primeira vista, podem parecer conflitantes, mas que, quando vistos com olhar atento, se mesclam para formar algo novo e com grande potência.

Fonte: MSN