Depois de sete anos em queda, a população de desabrigados nos Estados Unidos cresceu em 2018 pelo segundo ano seguido. Os estados da Califórnia e Nova York são os com o maior número de desabrigados. Os dados são do relatório anual do Departamento de Habitação e Desenvolvimento Urbano (HUD) dos EUA divulgado na semana passada.

No geral, a variação foi pequena, 0,3%, mas o fato de haver uma tendência mobiliza as autoridades e coloca o foco sobre medidas de lugares como a capital,Washington, onde o número caiu 16% em dois anos.

O relatório chamado Avaliação de Desabrigados Anuais do HUD para 2018, divulgado nesta semana, descobriu que em uma única noite em janeiro de 2018, um total de 552.830 pessoas sofreram de falta de moradia em todo o país. Nova York foi responsável por 78.676 dessas pessoas, ou pouco mais de 14% dos desabrigados do país.

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“Estes números apenas mostram que estamos no meio de uma crise crescente e crescente de sem-abrigo sem fim à vista, e uma economia em crescimento não resolverá sozinha esta crise”, disse Giselle Routhier, diretora de políticas da New York City. organização de serviços Coalizão para os sem-teto, em comunicado ao jornal Metro.

Na Califórnia, apenas 5% da população sem-teto não estava abrigada, enquanto 75% dos desabrigados em Los Angeles não estavam em abrigos, morando na rua, em prédios abandonados ou em outros lugares “não adequados para habitação humana”, apontou HUD.

Em Los Angeles, uma das causas mais visíveis é na região conhecida como Skid Row – uma espécie de “cracolândia” americana com 4 mil sem-teto, registrou crescimento nos últimos anos, em meio a uma epidemia causada pelo uso de opioides.

Não só as drogas e a rejeição às regras de abrigos fazem a população de rua crescer. O estudo relaciona o fenômeno aos altos custos de aluguel. O levantamento de pesquisadores das Universidades de New Hampshire, Boston e da Pensilvânia, com suporte do Zillow Research, indica que o número cresce mais rápido em locais onde se gasta 32% ou mais da renda para pagar aluguel.

Caitlin Cocilova, advogada da organização Washington Legal Clinic for Homeless trabalha para garantir o acesso de famílias a abrigos e moradias conhecidas como “residências acessíveis”. “Temos o segundo aluguel mais caro do país, e é preciso ganhar um bom dinheiro para viver aqui. As pessoas perderam a capacidade de pagar por suas casas e têm buscado soluções transitórias”, afirma.

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Fonte: Gazeta News