A retomada das solicitações de emissão de visto norte-americano a estudantes brasileiros de Ensino Superior, neste mês de maio, tem sido sinônimo de alívio para uma série de pessoas que viveram meses de incerteza com relação às suas vagas em instituições de ensino nos Estados Unidos. No final de abril, a Casa Branca anunciou uma ampliação das chamadas Exceções de Interesse Nacional (NIE), que permitiu que brasileiros com visto de estudante válido e matriculados em instituições de ensino daquele país possam embarcar para os EUA.

Até o anúncio dessa flexibilização, só podiam embarcar em um voo do Brasil para o país cidadãos norte-americanos, residentes permanentes legais (portadores de Green Card) e familiares imediatos de cidadãos norte-americanos. A medida motivou a retomada da concessão de vistos a estudantes de Ensino Superior. Em Porto Alegre, o consulado dos EUA está realizando entrevistas para visto de estudante desde 10 de maio, após cerca de um ano sem oferecer o serviço. Com a demanda que ficou represada ao longo dos meses, a procura tem sido alta, mas Jeffrey Borenstein, chefe da seção consular do Consulado dos EUA da Capital, acredita que será possível entrevistar todos aqueles cujo semestre letivo começa a partir de 1º de agosto.

— Centenas de pessoas já foram atendidas este mês e ainda temos bastante disponibilidade. Acredito que temos a capacidade de atender a todos, mesmo com essa demanda robusta. Hoje, em Porto Alegre, temos horários disponíveis já para essa semana. Como ninguém pode viajar até julho, temos bastante tempo ainda — afirma Jeffrey.

Marcelo Camargo / Agência Brasil

A Exceção de Interesse Nacional se aplica a duas categorias de visto para estudantes: F, para cursos em instituições acadêmicas, e M, para cursos de teor mais técnico, em instituições profissionalizantes. A entrada nos EUA está condicionada àqueles cujo programa de ensino começa a partir de 1º de agosto, sendo que o aluno pode viajar somente 30 dias antes do início das aulas.

Para a solicitação da permissão para viajar, o estudante deve contatar sua instituição de ensino americana e receber dela o documento I-20, essencial para o visto. Depois, preenche formulário de solicitação da permissão no site da embaixada americana e faz o agendamento para entrevista em consulado.

É obrigatório a realização de teste PCR de covid-19 até 72 horas antes de embarcar, sendo que o resultado negativo para a doença deverá ser apresentado à imigração. Ao aterrissar, o estudante deverá obedecer normas locais relacionadas a período de quarentena: elas variam conforme os estados americanos, e a recomendação é de que os estudantes pesquisem sobre essas determinações antes de viajar. A vacinação de brasileiros pelo sistema de saúde americano, segundo Jeffrey, também varia conforme o Estado onde o aluno vai morar.

Cidadãos que estão com a sua entrevista marcada nos consulados americanos no Brasil podem tentar antecipar o compromisso, garantindo assim mais tempo para rever documentações ou corrigir possíveis problemas na solicitação. De acordo com Rafael Monteforte, presidente da Brasa, associação de estudantes brasileiros no exterior, o fluxo atual da concessão do documento não motiva preocupação.

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— Temos centenas de estudantes que tiraram seus vistos em maio, em todos os consulados do Brasil, e estamos caminhando em um bom ritmo. Estamos confiantes de que todos os brasileiros que precisam de um visto de estudante para chegar nos EUA no próximo semestre conseguirão tirá-lo a tempo, sem problemas — projeta Rafael.

A nova dinâmica é um alívio para diversos brasileiros, dado o contexto de restrições do último ano. Antes da norma divulgada em abril, mesmo quem tinha visto de estudante não podia viajar direto para o país e acabava recorrendo ao trancamento de matrícula, à postergação da data de início das aulas ou às atividades remotas. Também houve casos de escala em países não estivessem sob a restrição dos EUA.

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— Desde 2020, foi determinado que nenhum indivíduo que tivesse passado pelo Brasil nos últimos 14 dias poderia entrar nos EUA, embora tenham havido concessões para pessoas naturais do país ou que possuíam Green Card. Muitos estudantes brasileiros que tinham visto e vieram para o país nesse período, eu inclusive, tiveram que antes passar os 14 dias em um outro lugar, como México, Equador, Panamá. Houve ali uma odisseia em que estudantes que não podiam entrar direto nos EUA e tiveram que fazer uma espécie de quarentena em outro país — afirma Rafael.

Fonte: Brazilian Press