(UOL-FOLHAPRESS) – A Red Bull chega à quarta etapa do campeonato sob pressão depois de que problemas diferentes no sistema de combustível causaram dois abandonos do atual campeão Max Verstappen, que está apenas em sexto lugar no campeonato liderado por Charles Leclerc, da Ferrari.

Até aqui, a Scuderia mostrou ter um carro rápido, versátil e confiável e, mesmo que a Red Bull tenha conseguido rivalizar em termos de ritmo nas etapas do Bahrein e da Arábia Saudita, as quebras fazem com que o time seja apenas o terceiro colocado, atrás da Mercedes, que, no momento, tem um carro 1s mais lento que os ponteiros.

Para a corrida da Emilia Romagna, a Red Bull está trazendo novidades, e as peças não paravam de chegar na tarde de quinta-feira no circuito de Ímola. Além de tornar o carro mais rápido e mais leve, já que um dos problemas enfrentados pela equipe é o excesso de peso, a Red Bull também busca se afastar das quebras.

As causas dos abandonos de Verstappen e Perez no Bahrein e do holandês novamente na Austrália foram diferentes. Os dois primeiros aconteceram porque a equipe não tinha testado o carro com pouco combustível na pré-temporada e não percebeu que a configuração do tanque deveria ser diferente, então quando o tanque estava quase vazio, o sistema não conseguia sugar o combustível.

Já na Austrália, houve um problema de controle de qualidade em uma mangueira, que acabou se soltando, fazendo o combustível vazar e causando um pequeno incêndio. O chefe da equipe, Christian Horner, chegou a dizer que o time suspeitava que os quiques do carro no asfalto teriam provocado a falha, mas isso foi afastado pela própria Honda, que fabrica e opera os motores que agora levam o nome de Red Bull Powertrains.

Por um lado, é uma boa notícia que os problemas sejam de fácil solução e não tenham relação com a unidade de potência em si, cujo desenvolvimento está congelado. Seria possível fazer alterações alegando questões de confiabilidade, mas é um processo que levaria tempo. Por outro, já são 46 pontos em relação a Leclerc, e a Ferrari tem a confiabilidade como uma de suas grandes qualidades neste ano, desde a pré-temporada, além da consistência do piloto monegasco.

Em relação ao desempenho do carro, após rivalizar com a Ferrari nas duas primeiras corridas, a Red Bull ficou devendo na Austrália. A equipe avalia que não antecipou corretamente a evolução do asfalto e, por isso, acabou com um carro que desgastava demais os pneus dianteiros na corrida.

A pista de Ímola guarda semelhanças com a de Melbourne, mas as condições climáticas não poderiam ser mais diferentes. Faz frio em Ímola e há a possibilidade de chuva na sexta-feira.

Isso é uma preocupação do próprio Leclerc. “Vai ser importante ter uma boa base de acerto. Temos trabalhado muito no simulador, e tomara que tudo corra bem porque vai chover e ainda não pilotamos na chuva.”

A diferença é que a Ferrari optou por não modificar o carro neste GP. Na Red Bull, Mercedes, entre outros, o trabalho vai ser dobrado. Eles terão um treino livre, provavelmente na chuva, para testar as novidades e acertar o carro para o restante do fim de semana. Isso porque o GP da Emilia Romagna terá uma sprint para definir o grid de largada, então haverá uma classificação na sexta-feira para definir o grid para a sprint e, assim que os carros forem à pista na classificação, não podem ser mais mudados porque entram em regime de parque fechado.

Ir bem em Ímola será lucrativo: agora, a sprint oferece mais pontos, com oito para o vencedor, então é possível conquistar 34 pontos neste final de semana. E é justamente essa a diferença entre Leclerc e o segundo colocado no campeonato, George Russell, da Mercedes.

A classificação para a sprint será às 12h desta sexta-feira, pelo horário de Brasília. A sprint, no sábado, começa às 11h30 e o GP da Emilia Romagna tem largada às 10h do domingo.