Foto28 Agentes do CBP Brasileiros enfrentam até milícia armada para entrar nos EUA
Os milicianos não estão autorizados a deter os imigrantes encontrados, somente os agentes da CBP (detalhe)

O grupo de 30 pessoas, entre adultos, adolescentes e crianças, foi parado por milicianos na fronteira do México com o Novo México

Em 20 de março, um grupo formado por 30 brasileiros, entre adultos, adolescentes e crianças, foi detido ao tentar cruzar clandestinamente a fronteira dos EUA com o México. Entretanto, ao invés das prisões terem sido realizadas por agentes da Patrulha da Fronteira (CBP), o responsável foi o norte-americano Jeff Allen, de 56 anos, proprietário de um rancho próximo à divisa entre os dois países. Ele pertence ao grupo Constitutional Patriots New Mexico Border Ops Team, uma milícia armada que promete patrulhar a fronteira até que o muro prometido pelo Presidente Donald Trump seja construído. Posteriormente, o grupo de brasileiros foi entregue aos agentes do CBP para serem autuados e que seja dado o início dos processos de deportação.

Armados com rifles e pistolas, a milícia é composta basicamente de veteranos. John Horton, fundador do grupo, disse que “esse país foi construído sobre três coisas: Deus, armas e coragem. É por isso que a bandeira americana tem que continuar hasteada”.

“Ela está em perigo, bastante perigo nesse momento”, acrescentou.

As armas são poderosas, mas Horton e o grupo dele somente as usam para autodefesa. Eles arriscam encontros com membros de gangue como a MS-13 e tentam entrar nos EUA e faturar com o tráfico de drogas.

“Nós não queremos Rambos. Nós não queremos ninguém aqui embaixo simplesmente criando problemas”, disse John.

Nos últimos meses, milhares de centro-americanos chegaram através do México em muitas caravanas na esperança de conquistar uma vida melhor nos EUA. Os agentes da CBP são informados quando os milicianos encontram pessoas em busca de asilo ou imigrantes sem vistos ou passaportes, pois eles não têm autoridade para detê-los.

O Trump conseguiu US$ 1 bilhão de verba que seria destinada às Forças Armadas para construir um muro mais seguro entre os EUA e México. O dinheiro permitirá que engenheiros do Exército iniciem a construção de 57 milhas (92 km) de muro com 18 pés (5.4 metros) de altura em Yuma, Arizona, e El Paso, Texas. Ambas as áreas já possuem cercas e barreiras, portanto, a verba será utilizada para melhorias nas estradas e iluminação. A administração tinha previamente planos para transferir US$ 1.5 bilhão adicional de verba, no futuro, para a construção de mais muros.

O setor de El Paso, de repente, se tornou o 2º corredor mais movimentado na imigração clandestina depois do Vale do Rio Grande no Texas; muito utilizado por famílias centro-americanas que buscam asilo nos EUA. A região também tem presenciado o aumento de famílias guatemaltecas em áreas remotas.

O secretário interino de defesa, Patrick Shanahan, informou ter autorizado o Corpo de Engenheiros do Exército a começar a planejar e construir o projeto. A construção de um muro ao longo de toda a fronteira e a insistência de que o México pagaria por isso foi a base da campanha presidencial de Trump em 2016. No início de 2019, ele paralisou o Governo Federal por 35 dias, depois que os congressistas democratas se recusaram a liberar US$ 5.7 bilhões de verba para a construção do muro.

Fonte: Brazilian Voice