Foto2 Rondon Athayde Brasileiro acusado de matar namorada ficará detido sem fiançaRondon Athayde compareceu à audiência preliminar na Corte Superior do Condado de Oxford, em Maine (Foto: Sun Journal)

Rondon Athayde, de 46 anos, enfrenta a acusação de assassinar Ana Cordeiro, de 41 anos. O casal tem duas filhas de 3 e 4 anos

Na manhã de sexta-feira (28), Rondon Athayde, de 46 anos, morador em Hartford, Maine, acusado de ter matado a namorada, ficará detido sem direito ao pagamento de fiança. A decisão foi tomada durante a audiência preliminar realizada na Corte Superior do Condado de Oxford, em South Paris. O brasileiro enfrenta a acusação de assassinar Ana Cordeiro, de 41 anos. O casal tem duas filhas de 3 e 4 anos. As informações são do portal Press Herald.

A audiência seguinte, na qual Athayde poderá realizar um acordo com a promotoria pública, ainda não foi agendada, conforme o tribunal.

A morte de Ana no interior da casa onde eles moravam, na 62 Bear Mountain Road, foi comunicada pouco depois da meia-noite de quinta-feira (20), disse Stephen McCausland, porta-voz do Departamento de Segurança Pública do Maine. A vítima vivia na casa com o namorado dela e as duas filhas do casal, detalhou o Tenente Mark Holmquist, da Polícia Estadual do Maine.

O Juiz Thomas E. Delahanty II, da Corte Superior, acatou o pedido feito pelo Promotor Público Geral Robert Ellis para selar o interrogatório de prisão, um testemunho juramentado que detalha a investigação. Ele acrescentou que foi realizada uma autopsia em Cordeiro, na quinta-feira (27), mas o relatório final sobre a causa da morte poderá ser divulgado somente em janeiro de 2019.

Jeff Wilson, que atua como advogado de Athayde, pediu que o corpo da brasileira fosse mantido por 30 dias para que um legista independente possa realizar uma segunda autópsia. Ellis informou que se opôs ao pedido e que “não estava confortável com isso”.

“A realidade é que a falecida é natural do Brasil, portanto, tivemos dificuldades de contatar a família dela ou parente próximo”, detalhou o Promotor. “Eu não gosto da ideia de mantê-la se a família desejar assumir a custódia do corpo, leva-lo de volta e realizar um sepultamento apropriado”.

Delahanty autorizou que o corpo da brasileira fosse mantido por mais 7 dias.

Os vizinhos no bairro pequeno onde o casal morava disseram que ambos eram discretos. Embora trocassem presentes de Natal com os vizinhos, eles evitavam participar de eventos sociais, relataram alguns. “Eu os convidava para churrascos ao ar livre,  entretanto, eles geralmente eram discretos”, comentou Valerie Patenaude.

Armand Rowe, que alugou o imóvel para os brasileiros, com a possibilidade de compra, também frisou o comportamento discreto do casal. “Eu costumava brincar que parecia que eles faziam parte do programa de proteção de testemunhas”, comentou, acrescentando entender que Rondon e Ana eram naturais de um país e cultura diferentes.

Ainda segundo Rowe, Athayde disse-lhe que ele a namorada haviam se mudado para plantarem mirtilo (blueberries). O brasileiro teria dito que possuía contatos comerciais no Brasil que poderiam ajuda-lo a vender as frutas às companhias produtoras de iogurte.

Rowe detalhou que Rondon comprou mais de 100 acres de terra em Hartford, próximo a Church Street para usar na plantação das frutas e que, talvez, tivesse em processo de comprar outro lote similar. O senhorio relatou que 3 dias antes da morte de Ana, o casal pagou o imposto territorial e o aluguel estava adiantado. “Ele já tinha entre US$ 20 mil e US$ 30 mil investidos na propriedade”, disse Rowe.

Cordeiro trabalhava numa filial da loja de departamentos Lowe em Auburn, confirmou Maureen Wallace, do departamento de relações públicas da companhia. Ela informou que psicólogos foram enviados ao local onde a brasileira era empregada.

Fonte: Brazilian Voice