Quase seis anos após um incêndio ter consumido parte da sua estrutura, o Museu da Língua Portuguesa foi reinaugurado em uma cerimônia exclusiva para convidados no último sábado (31). A solenidade contou com a presença dos presidentes de Portugal e de Cabo Verde, do Governador de São Paulo, João Doria, e dos ex-presidentes do Brasil, Fernando Henrique Cardoso e Michel Temer. Jair Bolsonaro não foi porque estava em uma motociata em Presidente Prudente. No domingo (1) o museu foi oficialmente aberto ao público. 

O museu está dividido em três andares: o primeiro é dedicado às exposições temporárias, caso da mostra “Língua Solta”, em cartaz até 3 de outubro, que traz os diversos desdobramentos da língua portuguesa na arte e no cotidiano. No 2º e 3º andares, os mais atingidos pelo fogo, estão as exposições de longa duração.

Mostra Língua Solta
Exposição “Língua Solta” traz os diversos desdobramentos da língua portuguesa na arte e no cotidiano e fica em cartaz até 3 de outubro. Crédito: Ana Mello/Divulgação

Entre as novidades está a mostra “Línguas do mundo” em que podem ser ouvidos áudios de expressões de 23 idiomas diferentes, mas que tem ligação com o Brasil como o Quéchua e o Guarani-Mbya. A “Falares” reúne a diversidade dos sotaques por todo o Brasil. Já a exposição “Nós da Língua Portuguesa” apresenta os laços e a pluralidade cultural que unem os falantes do português no mundo inteiro e que representam mais de 260 milhões de pessoas em cinco continentes.

Exposições que estavam em cartaz até o fechamento do museu estão de volta, como a instalação “Palavras Cruzadas”, que conta as influências históricas na língua. E também a “Praça da Língua”, uma espécie de planetário que homenageia a língua escrita, falada e cantada, reunindo poemas e músicas interpretados por nomes como Maria Bethânia e Matheus Nachtergaele.

Exposição Língua Solta
As exposições temporárias estão no primeiro andar, enquanto as de longa duração ficam no 2º e 3º andar. Crédito: Ana Mello/Divulgação

As exposições têm curadoria de Isa Grinspum e Hugo Barreto e o conteúdo foi desenvolvido com a colaboração de escritores, linguistas, pesquisadores, artistas, cineastas, roteiristas, artistas gráficos, entre outros profissionais, de vários países de língua portuguesa. O museu está aberto de terça a domingo das 9h às 16h30 (com horário máximo de permanência até às 18h). Os ingressos devem ser adquiridos pelo Sympla, sem a possibilidade de compra no local (R$20 a inteira e R$10 a meia-entrada). Crianças de até sete anos não pagam e aos sábados é gratis.

Um dos primeiros museus dedicados a um idioma

Instalado no icônico prédio da Estação da Luz, na região central de São Paulo, o museu foi aberto em 2006 e estava fechado desde dezembro de 2015 devido a um incêndio causado por um holofote. Além dos novos acervos expostos, o local conta com um novo terraço com vista para o jardim do Parque da Luz e a torre do relógio da estação. Foram investidos R$85 milhões de reais nas obras de reconstrução, que começaram em 2017, e não alteraram o projeto original assinado por Paulo Mendes da Rocha e que foram executados pelo filho, o também arquiteto Pedro.

Na solenidade ocorrida no sábado, o presidente português Marcelo Rebelo de Sousa condecorou a instituição com a primeira medalha da Ordem de Camões em nome do futuro da língua portuguesa. O museu tinha previsão de ser reinaugurado em 2020, mas a reabertura foi cancelada devido a pandemia de Covid-19. A reconstrução foi uma iniciativa do Governo do Estado de São Paulo em parceria com a Fundação Roberto Marinho. Em quase 10 anos de funcionamento – de março de 2006 a dezembro de 2015 –, o Museu recebeu cerca de 4 milhões de visitantes e promoveu mais de 30 exposições temporárias.

Leia tudo sobre São Paulo

Busque hospedagem em São Paulo

  • Resolva sua viagem aqui

    Continua após a publicidade

    Fonte: Viagem e Turismo