O Corpo de Bombeiros de Minas Gerais informou na tarde de sexta-feira (25) que mais de 200 pessoas estão desaparecidas depois que uma barragem de rejeitos minerais da Vale se rompeu. Até agora, três mortes foram confirmadas.

A operação mobiliza 51 bombeiros e seis aeronaves, que estão resgatando várias pessoas ilhadas em diversos pontos a todo momento.

De acordo com o Tenente Coronel Eduardo Ângelo Gomes, comandante do Batalhão de Emergências Ambientais e Resposta a Desastres em entrevista ao jornal O Tempo, se confirmada a suspeita, a tragédia em Brumadinho será maior e mais grave que o desastre ocorrido em Mariana, em novembro de 2015 – quando 19 pessoas morreram após o rompimento de uma barragem da Samarco, também da Vale.

“Esse rompimento (o de Brumadinho) soterrou várias estruturas da empresa. O que temos de histórico, mas não podemos confirmar ainda, é que refeitório estava cheio e (o prédio da) administração também. Segundo testemunhas, cabiam 300 pessoas nesse refeitório, aproximadamente, mas a Vale ainda não conseguiu passar a dimensão (do local), nem quantos funcionários estão desaparecidos. Mas, se isso se confirmar, nós temos uma situação muito pior em relação a número de vítimas”, afirmou.

Ainda segundo o tenente coronel, três corpos foram retirados da lama de rejeitos. Segundo ele, a Vale informou que não há risco de rompimento da segunda barragem existente na região, que é de água. “Até o momento, três vítimas fatais e 100 pessoas resgatadas com vida. Elas estavam próximas as estruturas que foram atingidas”.

Pelo menos quatro pessoas já foram transferidas para o Hospital de Pronto-Socorro João XXIII, em Belo Horizonte. Segundo nota da Fundação Hospitalar de Minas Gerais (Fhemig) são atendidos: um homem de 55 anos e três mulheres de 15,22 e 43 anos.

O desastre aconteceu por volta de 1 hora da tarde (horário local), no momento em que parte dos profissionais almoçava. Segundo o Corpo de Bombeiros, 30 trabalhadores que estavam no local conseguiram correr e escaparam do desastre.

Entenda

O rompimento foi na região do córrego do Feijão, na altura do km 50 da rodovia MG-040. A barragem tinha volume de 12,3 milhões de m³ de rejeito de mineração. A de Mariana, que se rompeu há três anos, tinha 50 milhões de m³ de rejeitos.

A barragem pertence à Mineradora Vale. Prefeituras de cidades próximas ao Rio Paraopeba alertam os moradores que se mantenham longe do curso d’água.

Em nota, a Vale confirmou o rompimento da barragem. Há indicações de que os rejeitos atingiram a área administrativa da companhia e parte da comunidade da Vila Ferteco. Os assessores informam que ainda não há confirmação sobre feridos no local. A Vale acionou o Corpo de Bombeiros e ativou o seu Plano de Atendimento a Emergências para Barragens. “A prioridade total da Vale, neste momento, é preservar e proteger a vida de empregados e de integrantes da comunidade”, acrescentam.

Há três anos, rompimento de barragem de Mariana causou maior desastre ambiental do país e matou 19 pessoas. (Com informações do jornal O Tempo e Estado de Minas).

Fonte: AcheiUSA