Uma crise global de resíduos plásticos está crescendo, com grandes implicações para a saúde e o meio ambiente. Em alguns quesitos o Brasil quase se assemelha aos Estados Unidos. E a produção do lixo plástico é uma deles. Juntos, os dois países geram uma quantidade imensa de lixo que grande parte não é reciclada e acaba chegando aos mares e oceanos.

O Brasil ainda fica atrás dos EUA, da China e Índia. Cada brasileiro gera um quilo de lixo plástico por semana, uma das maiores médias mundiais, segundo dados do relatório internacional Global Plastics Report, levantamento do WWF divulgado na terça-feira, 05, que aborda o impacto do plástico no meio ambiente, na economia e na sociedade.

Para o estudo, a organização foi além dos números da geração desse tipo de lixo nas residências.Esse trabalho foi feito com base nas premissas do Banco Mundial, que engloba também os resíduos plásticos industriais, da construção civil, lixo eletrônico e agrícolas”, detalha Gabriela Yamaguchi, do WWF Brasil.

O apoio está crescendo nacional e mundialmente por proibir ou restringir plásticos de uso único, como canudos e sacolas de compras. Esses esforços também são estimulados por descobertas assustadoras sobre como os microplásticos viajam através dos oceanos, cursos d’água e até a cadeia alimentar.

Por que os Estados Unidos e Brasil reciclam tão pouco plástico

Menos de 10% dos plásticos descartados entraram no fluxo de reciclagem nos Estados Unidos em 2015, em comparação com 39,1% na União Europeia e 22% na China. Outros 15% dos resíduos de plástico dos EUA são queimados em instalações de energia para resíduos. Os 75% restantes vão para aterros sanitários. Esses números não incluem o descarte ilegal.

Os dados foram citados pela Professora de Política Ambiental Global da Universidade de Berkeley, na Califórnia, Kate O’Neill, no artigo “The plastic waste crisis is an opportunity for the US to get serious about recycling at home” (A crise dos resíduos plásticos é uma oportunidade para os EUA levarem a sério a reciclagem em casa) publicado no site The Conversation em agosto de 2018.

Já o Brasil, embora esteja entre os maiores poluidores, ainda está abaixo da média mundial de reciclagem, de acordo com o relatório da WWF que calcula que o país recicla apenas 1,28% do total de plástico produzido no país – índice inferior aos à média global de 9%.

“Quase dez anos depois da criação da Política Nacional de Resíduos Sólidos, o Brasil está aquém do que era esperado no combate ao lixo plástico”, avalia Sylmara Gonçalves Dias, pesquisadora da Universidade de São Paulo (USP) para a matéria “Brasil é o quarto maior produtor de lixo plástico do mundo”, publicada pelo Portal Terra em 6 de março de 2019.

“Os números gerais ainda são tímidos. Não avançamos muito na implantação da coleta seletiva, dos programas de inserção de catadores, de acordos setoriais”, diz a pesquisadora.

Apesar dos números alarmantes e ruins, há tempo ainda para amenizar a situação do planeta. Além da conscientização para a não produção e consumo do plástico usado somente uma vez, mas que após o descarte, levam de cinco a 600 anos para serem decompostos na natureza, há saídas para evitar o descarte no meio ambiente como a reciclagem ou a incineração a temperaturas extremamente altas que garante a sua destruição permanentemente. Jeito tem, basta o homem querer fazer.

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Fonte: Gazeta News