Sobrando tática e tecnicamente, o Barcelona venceu o Real Madrid por 3 a 1 na decisão da Supercopa da Espanha neste domingo, em Riad, capital da Arábia Saudita. Com o placar contundente, o time catalão confirma a boa fase – é líder do Campeonato Espanhol – e mostra que pode equilibrar a balança do duelo entre os dois gigantes, dominada pelos merengues nos últimos anos. O Real venceu cinco dos últimos sete clássicos.

A conquista catalã, a primeira após a saída de Lionel Messi, em agosto de 2021, foi importante para dois personagens do Barça. Foi a primeira taça do técnico Xavi Fernández, que construiu uma carreira vitoriosa como meia do time catalão. O melhor jogador da final foi o meia Pablo Gavi, autor de um gol e duas assistências. O jogador de 18 anos já havia sido um dos destaques da seleção espanhola na Copa do Mundo.

Com uma atuação irreconhecível, com falta de criatividade, poucas finalizações, além de erros de passe e de posicionamento, o Real Madrid precisa se reorganizar para a sequência da temporada. No início de fevereiro, o time vai disputar o Mundial Interclubes da Fifa – o Flamengo será o representante brasileiro. Nas oitavas de final da Liga dos Campeões, a equipe vai enfrentar o Liverpool.

O clássico espanhol era a final mais aguardada pelos sauditas, que chegaram as vaiar os outros semifinalistas (Betis e Valencia) na fase anterior. Desde 2019, o torneio reúne não só os vencedores do Campeonato Espanhol e da Copa Rei, mas também os vice-campeões. É a terceira vez que o torneio é disputado em solo saudita – as arquibancadas do estádio Rei Fahd estavam lotadas.

A final começou com escalações espelhadas no meio. O Barcelona começou com quatro jogadores no meio (Busquets, De Jong, Gavi e Pedri). Com isso, Raphinha começou no banco de reservas. O mesmo aconteceu com o lado merengue, que optou por um meio-campo mais consistente e deixou Rodrygo como opção.

O Barcelona sempre foi mais incisivo, pressionando a saída de bola com eficiência e dando liberdade para De Jong criar as jogadas de ataque. O time do técnico Xavi Hernandez também era mais objetivo nas finalizações. Foi assim aos 12, quando Lewandowski chutou rasteiro e o goleiro Courtois teve de se esticar para defender. A bola ainda bateu na trave.

Mesmo acuado, o Real conseguiu responder com uma cabeçada perigosa de Benzema, aos 19. Mas foi a única chance merengue na etapa inicial. A organização catalã, com vantagens nos duelos individuais, prevaleceu. A marcação forte do Barcelona foi tão eficiente que ocasionou a abertura do placar. Aos 32, Busquets fez pressão em Camavinga e roubou a bola, Lewandowski lançou bem para Gavi fazer o primeiro do time catalão.

Na reta final do primeiro tempo, os catalães aumentaram a vantagem. Após um ataque rápido, que pegou a defesa do Real desarrumada, Gavi retribuiu a assistência e tocou para Lewandovski ampliar a vantagem. O placar justificava o que as duas equipes fizeram no estádio Fahd.

O técnico Carlo Ancelotti tentou equilibrar a partida escalando Rodrygo no lugar de Camavinga. O brasileiro jogou aberto pela esquerda, como uma saída de velocidade. A melhor chance do brasileiro foi um chute de fora da área que exigiu grande defesa de Ter Stegen.

A postura mais ofensiva abriu espaços para o rival. Logo aos 5 da etapa final, Dembelé chutou cruzado, mas Courtois fez grande defesa. O Barcelona definiu a conquista do título aos 23. Após falha do zagueiro Eder Militão, Lewandowski lançou Gavi, que cruzou para Pedri ampliar a vitória.

Nos acréscimos, em uma jogada isolada, o Real conseguiu diminuir o placar com Benzema, que teve atuação apenas discreta. O atacante francês ainda não recuperou sua melhor forma após a contusão que o tirou do Mundial do Catar – e o Real sentiu falta da sua movimentação e poder de finalização.