Kaylee Hartung, reporter da ABC News em doação de plasma. Imagem: Jenna Harrison\ABC News.

Com o aumento de casos de pessoas infectadas pelo novo coronavírus nas últimas semanas na Flórida – o estado conta com 315,775 casos confirmados e 4,677 óbitos pela doença nesta quinta-feira, 16 – uma demanda crescente por doações de plasma sanguíneo de pessoas que se recuperaram do vírus tem chamado a atenção.

“Doar plasma é uma das maneiras pelas quais você pode ajudar os que estão lutando contra # COVID19. Se você teve COVID-19 e ficou completamente livre de sintomas por pelo menos duas semanas, seu plasma pode ajudar a salvar a vida de outros pacientes”, pede o Departamento Estadual de Saúde.

Susan Forbes, diretora de comunicações no sul da Flórida da One Blood – organização que coordena as doações -disse ao jornal Local 10 que nas últimas semanas eles viram um aumento de 500% nas encomendas hospitalares de plasma, mas que a organização não consegue acompanhar.

“Essas são vidas das pessoas que estão em risco e o tempo é essencial. E são doadores muito específicos que estamos procurando. Somente pessoas que se recuperaram do coronavírus podem ser potenciais doadores de plasma convalescente. Eles são os que têm a chave para ajudar esses pacientes a se recuperarem”, explicou.

Produto experimental 

Apesar de não ter sido aprovado para uso pelo FDA, o plasma sanguíneo é regulamentado como um produto experimental pela agência e tem sido estudado em ensaios clínicos por diversos hospitais em todo o mundo. Ele tornou uma das primeiras linhas de defesa no tratamento de pacientes e o governo dos EUA está apoiando todo e qualquer esforço para coletar e fornecer plasma para pacientes acometidos pela Covid-19 e em necessidade em todo o país.

“Se você se recuperou totalmente da COVID-19, poderá ajudar os pacientes atualmente combatendo a infecção doando seu plasma. Como você lutou contra a infecção, seu plasma agora contém anticorpos COVID-19. Esses anticorpos forneceram uma maneira de o sistema imunológico combater o vírus quando você estava doente; portanto, seu plasma pode ser usado para ajudar outras pessoas a combater a doença”, informa a U.S. Food and Drug Administration (FDA).

O uso de plasma convalescente foi estudado em surtos de outras infecções respiratórias, incluindo a epidemia de SARS-CoV-1 de 2003, a pandemia do vírus influenza H1N1 de 2009-2010 e a epidemia de MERS-CoV de 2012. 

O que é plasma convalescente?

O plasma convalescente é a parte líquida do sangue coletada de pacientes que se recuperaram da nova doença do coronavírus, COVID-19, causada pelo vírus SARS-CoV-2. Os pacientes com COVID-19 desenvolvem anticorpos no sangue contra o vírus. Anticorpos são proteínas que podem ajudar a combater a infecção. O plasma convalescente está sendo investigado para o tratamento da COVID-19 porque não há tratamento aprovado para esta doença e há algumas informações que sugerem que ele pode ajudar alguns pacientes a se recuperar. 

Quem é elegível para doar o plasma?

As pessoas que se recuperaram totalmente da COVID-19 há pelo menos duas semanas são incentivadas a considerar a doação de plasma, mas a doação também depende da elegibilidade da pessoa para doar sangue. Os indivíduos devem ter um diagnóstico prévio de COVID-19 documentado por um teste de laboratório e atender a outros critérios de doadores. Um teste de laboratório negativo para a doença ativa do COVID-19 não é necessário para se qualificar para doação, diz a FDA.

A One Blood está pedindo que pessoas de todos os tipos sanguíneos considerem doar. O doador pode voltar após 28 dias para nova doação. Visite www.oneblood.org para mais informações.

Protocolo para pacientes receberem o plasma

O protocolo exige que o paciente ou seu representante de assistência médica consente em receber plasma. Somente pacientes hospitalizados com COVID-19 que atendem a determinados critérios e que são encaminhados pelo médico podem participar deste protocolo.

Rodrigo Martins Cintra faz apelo por doações. Imagem: Instagram.

Rodrigo Cintra faz campanha por doações em Orlando

O ex-árbitro de futebol da Fifa, Rodrigo Martins Cintra, foi acometido de forma grave pela Covid-19 e precisou ficar internado no Advent Health em Orlando, de onde fez vídeos de apelo para doações de plasma. 

Cintra teve alta na quarta-feira, 15, e de casa, onde está em repouso absoluto para recuperação, contou ao Gazeta News como a doença é perigosa e a doação de plasma pode realmente salvar vidas.

“Estou iniciando em casa o tratamento para recuperação dos pulmões, pois peguei pneumonia que atacou 50% deles. Foi muito severo. Mas eu consegui sobreviver sem ele (o plasma), mesmo estando em estado grave há poucos dias. Quando eu consegui, já estava em processo de melhora e passei para frente. Não aceitei a doação e salvamos outra vida, ou outras. Eu realmente tive bastante amigos que doaram e sigo na divulgação porque vi muita gente morrendo faltando esses anticorpos”, esclareceu. 

O ex-árbitro falou também que existem muitos tabus que as pessoas precisam saber em torno da doença e que não é só o tratamento precoce, mas o cuidado deve ser geral em seguir as regras. 

“Existem 4 tipos de gravidade e elas não estão atreladas a “cuidado precoce”. E a mais séria delas, o óbito chega a 50%. Eu estava nessa faixa, por obra de Deus e tão somente por ele, resisti a entubação, não fiquei em coma e consegui ser 1 de 10 que com esta gravidade que sai ileso. Ouvi as enfermeiras falando diariamente de muita gente morrendo nos hospitais. No meu eram 5 a 10 por dia segundo elas. E 90% grupo de risco ou pessoas que não tratavam no início e entravam em colapso respiratório e os pulmões esbranquiçavam e morriam. É muito sério e as pessoas precisam entender que existem protocolos, remédios, triagens. E que o vírus não espera. Mata mesmo! E mata por muito pouco”, desabafou. 

“Portanto, existe tratamento e esse tratamento pode salvar muitas vidas. Se você conhece alguém, ou você mesmo foi testado positivo e já passou pelo ciclo do vírus, vá até os bancos de doação de plasma, pois esse tratamento está salvando muitas vidas e acelera os ciclos do vírus”, pediu Cintra, que deixou as seguintes informações para quem for doar: 

1. Acesse o link:
https://www.oneblood.org/lp/covid-19-convalescent-plasma

2. Preencha o formulário de pré-registro “opção” em cor vermelha: “FIRST TIME COVID-19 CONVALESCENT PLASMA DONORS”

3. Aguarde a ligação do Banco de Sangue One-Blood

4. Após agendado, comparecer o quanto antes em um dos locais para coleta do sangue/plasma

Endereços:

8669 Commodity Circle – Orlando FL 32819
(407) 248 5009

1029 N John Young Pkwy – Kissimmee FL 34741
(407) 847 5747.

Mel Pimentel e a família em Sarasota (FL).

Brasileiros que tiveram a doença entram na fila para doar

Em Sarasota, a brasileira Mel Pimentel é uma dessas pessoas que já foi infectada e aguarda o prazo para fazer a doação. “Ainda bem que no meio disso tudo vou poder fazer o bem para algumas vidas. Eu quero ajudar de alguma forma! Sei que se Deus permitiu que passássemos por isso é porque temos algo para fazer por quem está necessitado”, disse ao GN.

Há algumas semanas, Pimentel viu quase toda sua família ser infectada pelo vírus. Com o teste indicando estar livre do vírus feito no dia 6 de julho, ela aguarda o prazo solicitado para fazer a primeira doação.

Em post no Facebook sobre as doações de plasma feito pelo GN, várias pessoas se mostraram dispostas a doar. Por outro lado, há também muitos pedidos por doações para familiares internados. Para ajudar, acesse o site www.oneblood.org e veja onde encontrar os pontos de coleta de sangue na Flórida.

 

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Fonte: Gazeta News