É o fim das especulações. Mattia Binotto não é mais o chefe de equipe da Ferrari. O italiano, que está na escuderia desde 1995, quando era engenheiro de motores, teve a saída confirmada na manhã desta terça-feira. Os seguidos erros de estratégias durante toda a temporada de 2022 deixaram a permanência de Binotto insustentável.

“Com o pesar que isso acarreta, decidi encerrar minha colaboração com a Ferrari. Saio de uma empresa que adoro, da qual faço parte há 28 anos, com a serenidade que advém da convicção de que me esforcei ao máximo para atingir os objetivos traçados. Deixo uma equipa unida e em crescimento. Uma equipa forte, pronta, estou certo, para alcançar os objetivos mais elevados, aos quais desejo as maiores felicidades para o futuro. Acho que é certo dar este passo neste momento tão difícil quanto esta decisão foi para mim. Gostaria de agradecer a todas as pessoas que partilharam comigo este percurso, feito de dificuldades mas também de muita satisfação”, disse Binotto.

Mattia Binotto participou dos tempos áureos da escuderia com os cinco títulos conquistados na sequência por Michael Schumacher, e um de Kimi Rãikkõnen, entre os anos de 2000 e 20007. De engenheiro estagiário, passou a ser chefe de motor em 2009, até assumir o cargo de diretor-técnico em 2016. Três anos depois, substituiu Maurizio Arrivabene como chefe de equipe.

Em 2019, esteve à frente da equipe durante o escândalo técnico, causado por melhorias ilegais na unidade de potência. A Ferrari sofreu forte repercussão, mas deu a volta por cima e entrou em 2022 como a favorita para conquistar o mundial de pilotos.

Charles Leclerc chegou a vencer duas das três primeiras corridas, o que animou a Ferrari, mas erros de confiabilidade e, principalmente, de estratégia, custaram o campeonato, ainda mais com a ascensão de Max Verstappen, que acabou dominando as corridas e se transformou no campeão, assim como a Red Bull.

Com o desgaste, Binotto já indicava uma saída da Ferrari, que acabou sendo confirmada após o término da temporada. Para o seu lugar, alguns nomes vêm sendo cotados, a exemplo de Frédéric Vasseur, da Alfa Romeo, Andreas Seidl, da McLaren, além do próprio CEO da equipe italiana, Benedetto Vigna.

“Gostaria de agradecer a Mattia por suas grandes contribuições ao longo de 28 anos com a Ferrari e, particularmente, por levar a equipe de volta a uma posição de competitividade durante o ano passado. Como resultado, estamos em uma posição forte para renovar nosso desafio, acima de tudo para nossos incríveis fãs ao redor do mundo, para ganhar o prêmio máximo do automobilismo. Todos aqui da comunidade Ferrari em geral desejam a Mattia o melhor para o futuro”, escreveu Vigna.

Segundo a escuderia, o nome do chefe de equipe deve ser definido até a virada de ano. Os pilotos, no entanto, seguem sendo Charles Leclerc e Carlos Sainz.