No último mês, um grupo armado na fronteira dos EUA passou a realizar operações para localizar e deter imigrantes que entram ilegalmente no país.

O líder de uma milícia de civis que se dedicava a capturar imigrantes ilegais na fronteira entre Estados Unidos e México se declarou inocente nesta segunda-feira das acusações de porte de armas, sob o argumento de exercer seu “direito de americano” para ajudar o país. Larry Mitchell Hopkins, de 69 anos, foi detido em Sunland Park, no Novo México, no sábado passado por ser um criminoso condenado e estar portando armas de fogo e munição.

Milicias na região da fronteira dos EUA com o México

Kelly O’Connell, advogado deste integrante da organização conhecida como Patriotas Constitucionais dos Estados Unidos, disse que seu cliente só pensou que estava exercendo seu direito americano de “ajudar a interceptar às pessoas que acha que estão chegando ilegalmente e levá-los à Patrulha Fronteiriça”. Caso seja considerado culpado, Mitchell Hopkins, descrito como “comandante” deste grupo, poderia ser condenado a passar 10 anos atrás das grades, mais três anos de liberdade condicional e até US$ 250.000 em multas. Em Sunland Park, o grupo opera há mais de um mês um pequeno acampamento perto da fronteira entre Estados Unidos e México, de onde realiza operações para localizar e deter imigrantes que cruzam ilegalmente o país.

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Após seu primeiro comparecimento diante de um juiz federal, Mitchell Hopkins deverá permanecer sob custódia até sua próxima audiência na corte, marcada para 29 de abril. O processo que levou Hopkins à corte afirma que, durante uma busca no ano de 2017 no seu domicílio, situado em Flora Vista, no Novo México, foram descobertas nove armas de fogo carregadas com munição. Hopkins foi condenado previamente em Oregon em 2006 por posse de uma arma de fogo e por fazer-se passar por um agente da ordem e em Michigan, dez anos antes, por portar uma arma carregada. “Este é um criminoso perigoso que não deve ter armas perto de crianças e famílias”, disse o procurador-geral do Novo México, Héctor Balderas, em comunicado após sua detenção.

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Segundo Balderas, sua detenção “indica claramente que o estado de direito deve estar nas mãos de oficiais de polícia treinados e não de vigilantes armados”. Sua prisão aconteceu depois que este grupo publicou vídeos nas redes sociais nos quais se vê vários de seus integrantes ordenando que famílias migrantes, incluindo crianças pequenas, se sentassem no chão enquanto chegavam agentes da Patrulha Fronteiriça. Esta agência federal indicou recentemente em sua conta oficial do Twitter que “não respalda nem aprova” a ação de grupos ou organizações privadas que “interferem” na aplicação da lei, o que poderia ter “consequências legais” para os envolvidos. Na semana passada, a União Americana de Liberdades Civis (ACLU, em inglês) tinha pedido à governadora do Novo México, Michelle Lujan Grisham, que fossem averiguadas as “detenções ilegais” de imigrantes ilegais na fronteira sul deste estado feitas por grupos civis armados. Por meio de uma carta enviada com cópia a Balderas, a ACLU indicava que, no último dia 16 de abril, esta “organização de milícias fascistas e armadas” tinha retido em Sunland Park quase 300 pessoas, incluindo menores de idade.

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Fonte: Brazilian Press