SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Anitta, 29, já se manifestou publicamente contra o presidente Jair Bolsonaro (PL) em inúmeras ocasiões, chegando a bater boca com ele e seus apoiadores nas redes sociais. Por isso, alguns fãs esperavam que, assim como fizeram alguns artistas no Lollapalooza Brasil, ela se manifestasse contra ele no palco do Coachella, onde se apresentou na sexta-feira (15).

Neste sábado (16), a cantora explicou por que preferiu ignorar o político, que é candidato à reeleição. Ela respondeu à sugestão de um seguidor de colocar uma montagem do presidente como Adolf Hitler no telão do show que ela repetirá na próxima semana.

“É que a estratégia deles agora mudou”, respondeu Anitta. “Eles estão com uma equipe de redes sociais mais jovem e descolada para justamente passar essa imagem dele, fazer o público esquecer as merdas com piadas e memes da internet que faça o jovem achar que ele é um cara maneirão, boa praça.”

“Então, nesse momento, qualquer manifestação contra ele por meio dos artistas vai ser revertido em forma de deboche pelas mídias sociais dele”, continuou. “Assim o artista vira o chato mimizento e ele o cara bacana que leva tudo numa boa.”

Segundo a cantora, isso faria com que ele ganhasse simpatia nas redes. “As pessoas acabam esquecendo o que realmente importa, que é a forma como o país está caminhando, para votar pela identificação de fã que você tem pela pessoa”, afirmou. “Aquela sensação de: queria ser amigo dele… logo, você votaria no seu amigo gente boa. E por aí vai a estratégia.”

“Já passa a ser mídia boa quando você cita o nome dele, não faz diferença se você citou de forma negativa ou positiva”, disse. “Porque quanto mais você cita de forma negativa, mais mídia ele alcança e usa essa mídia para destinar ao que ele quer. Já usei essa estratégia algumas vezes por isso sei bem o que está rolando (risos).”

Anitta revelou como reparou na suposta nova estratégia. “Comecei a perceber quando eles começaram a usar as músicas dos artistas que odeiam dele no fundo dos seus stories sobre o governo”, disse. “Agora a estratégia do lado oposto precisa ser citar o nome dele o menos possível. Eu trocaria o slogan ‘Fora Fulaninho’ para ‘Muda Brasil’ ou algo que desvincule completamente a narrativa do nome dele.”

Ela diz que o melhor é nem citar o nome do presidente. “Isso, no momento, só vai dar mais mídia e consequentemente mais força”, disse. “Vocês não me verão falando ‘Fora Fulaninho’ até as eleições acabarem. E sugiro a quem for contra ele fazer o mesmo.”

Para ela, os fãs já sabem que ela é contra o atual governo. “Não precisa mais [repetir]”, afirmou. “Todo mundo já sabe quem é contra e quem é a favor. Se eu paro de falar ‘Fora fulaninho’ e falo ‘Muda Brasil’ você continua entendendo minha mensagem, mas eu não precisei dar mídia para a pessoa. Eu uso isso até na minha pessoal energeticamente.”

“Quando tem alguém que eu não gosto ou não quero na minha vida eu não pronuncio o nome (risos)”, revelou. “Se tiver que falar sobre a pessoa por algum motivo extra extra essencial eu chamo de Voldemort (aquele que não se deve pronunciar o nome). Isso te afasta energeticamente da pessoa (risos).”