A Astrazenca, usada atualmente em 136 países, é o imunizante mais aplicado no mundo. A vacina foi desenvolvida pela Universidade de Oxford e é produzida sob licença por laboratórios em diferentes países, entre eles a Fiocruz, do Rio de Janeiro, o Bioscience, da Coréia do Sul e o Serum, da Índia. No entanto, cada laboratório deve fornecer seus próprios dados de eficácia e, principalmente, submeter o imunizante para aprovação junto às agências de saúde reguladoras. E é aí que reside o problema para quem for viajar (e a ênfase, aqui, é só para quem for viajar).

Pessoas totalmente vacinadas com as duas doses da Astrazeneca produzida na Índia podem ser barradas ao tentar entrar em alguns países da Europa. O motivo é que Agência Europeia de Medicamentos (EMA) faz distinção entre a Astrazeneca produzida na Índia, a Covishield, da que foi desenvolvida em Oxford, a Vaxzevria. Não há nada errado com a vacina indiana, que é biologicamente idêntica à Vaxzevria. A questão é que a Covishield ainda não foi aprovada pela Agência Europeia de Medicamentos (EMA) e por isso não é aceita dentro do esquema de passaporte de vacinação do bloco europeu. Por enquanto, a EMA aceita somente os imunizantes da Pfizer/BioNTech, Moderna, AstraZeneca (Vaxzevria) e Janssen.

E o Brasil com isso?

O Brasil recebeu cerca de 4 milhões de doses prontas da Covishield, sendo que as primeiras foram aplicadas ainda em janeiro. Depois disso, a Astrazeneca passou a ser fabricada pela Fiocruz e hoje é o imunizante mais utilizado por aqui. Somente em São Paulo, mais de 17 milhões de pessoas receberam ao menos uma dose da Astrazeneca.

Dentre os países que não aceitam a Covishield estão a Croácia, Itália, Malta, Portugal e Polônia. Há países, no entanto, que aceitam, caso da Áustria, Alemanha, Bélgica, Bulgária, Eslovênia, Espanha, Finlândia, França, Grécia, Holanda, Hungria, Irlanda, Islândia, Suécia e Suíça.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) aprovou o uso da Covishield e lamentou que países recusem o imunizante, principalmente pelo fato dele fazer parte do consórcio Covax Facility, responsável por distribuir doses para países pobres e garantir o acesso igualitário à imunização.

A União Africana emitiu comunicado criticando a distinção feita, afirmando que “as diretrizes de aplicabilidade atuais colocam em risco o tratamento equitativo de pessoas que receberam determinadas versões de vacinas distribuídas pelo Consórcio Covax, apoiado pela UE.” A menos que a agência europeia passe a incluir a versão indiana da Astrazeneca entre as vacinas aceitas, muitas pessoas, tanto europeus quanto quem for de fora do bloco, podem ser barradas em viagens internacionais. 

Como saber se tomei a Covishield?

Se você tomou a Astrazeneca existem duas maneiras de saber a origem do laboratório. A primeira é através do lote: os da Covishield são 4120Z001, 4120Z002 e 4120Z003. A segunda é através do certificado de vacinação, que pode ser obtido através do aplicativo Conecte SUS (confira o passo a passo para obter o seu). Uma vez inseridos os dados aparecerá “Covishield” no campo “Vacina”. A carteira de vacinação, documento em papel, pode não diferenciar as versões. Caso os seus dados não apareçam no aplicativo, procure o posto de saúde onde você tomou a vacina e solicite a inclusão.

Outro ponto que é importante frisar é que até o momento a Coronavac também não recebeu o aval da agência de medicamentos europeia, mesmo que seu uso emergencial já tenha sido aprovado pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Mesmo assim, países como Espanha, Finlândia, Grécia, Islândia e Suiça já aceitam a entrada de turistas vacinados com o imunizante produzido pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan. Mas o fato de aceitar ou não a vacina não significa que a Europa esteja aberta para brasileiros em férias. Por isso, consulte a lista de países abertos e a documentação necessária aqui.

  • Resolva sua viagem aqui

    Continua após a publicidade

    Fonte: Viagem e Turismo