A difícil arte do jornalismo e o reconhecimento na Time

Embora para alguns pareça simples e fácil ser jornalista hoje em dia, o “fazer jornalismo” não é uma tarefa simples. Falamos aqui do bom jornalismo, daquele que corre atrás das verdades dos fatos e dá a cara pra bater pela imparcialidade.

Mesmo com todo o aparato tecnológico que temos hoje e com as mídias sociais que pautam notícias a cada segundo, ainda assim nossa missão não é nada fácil. E ter o reconhecimento do trabalho é questão de orgulho para a classe.

Por isso nos orgulhamos da revista “Time” ter escolhido jornalistas mortos e presos como “Personalidade do Ano” de 2018.

Os protagonistas de sua edição especial de fim de ano “são quatro jornalistas e um meio de comunicação que pagaram um terrível preço por encarar os desafios deste momento”, como afirma Edward Felsenthal, diretor da revista.

Além de mortes que afetam a classe, o número recorde de repórteres atrás das grades em todo o planeta – o Comitê de Proteção aos Jornalistas registrou 262 casos em 2017 -, o montante de desinformação que circula nas redes sociais pelas “fake news” e a falta de credibilidade por parte de autoridades que tentam a todo custo diminuir a importância da liberdade de expressão e consequentemente dos veículos de comunicação, são as justificativas da revista para a escolha.

Criado há 91 anos, o prêmio de “People of the year” é entregue anualmente e reconhece uma pessoa ou grupo de pessoas que mais influenciaram as notícias e o mundo – para bem ou para mal – durante o ano, segundo a Time.

Neste ano, os profissionais mencionados pela revista são:

1) Jamal Khashoggi – jornalista da Arábia Saudita e colunista do “Washington Post” que fazia críticas ao governo do seu país e foi morto em outubro, dentro do consulado da Arábia Saudita em Istambul, na Turquia;

2) Maria Ressa – ex-repórter da CNN nas Filipinas que abriu o site de notícias Rappler em 2012, com reportagens críticas ao presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte;

3) Capital Gazette: os jornalistas Rob Hiaasen, de 59 anos, Gerald Fischman, de 61 anos, John McNamara, de 56 anos, Wendi Winters, de 65 anos, e a assistente de vendas Rebecca Smith, de 34 anos. Todos os cinco eram funcionários do jornal em Annapolis, Maryland, e morreram após um atentado em junho.

4) Wa Lone e Kyan Soe Oo: jornalistas da Agência Reuters acusados de violar a Lei de Segredos Oficiais, durante a investigação de um massacre de muçulmanos rohingyas.

A edição especial da Time homenageia os profissionais que pagaram um terrível preço por encarar desafios do momento. Na verdade, eles estavam cumprindo sua missão de informar a verdade, doa a quem doer, sob um juramento feito ainda na universidade: levar a verdade ao conhecimento de todos e formar leitores críticos.

O jornalismo tem o seu papel social e deve servir à sociedade – um dos preceitos primordiais do jornalismo de qualidade. E não esconder qualquer tipo de verdade, seja ela sobre violência, roubo, sequestro, homicídio ou abuso sexual, como estão publicadas matérias a respeito nesta edição. Afinal, um veículo deve se pautar em levar a verdade aos leitores, doa a quem doer.

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Fonte: Gazeta News