Cerca de 78.000 imigrantes indocumentados, que cruzaram a fronteira sul este ano e foram liberados para viverem nos Estados Unidos e não foram registrados, começarão a receber intimações esta semana sob uma nova operação de Imigração e Fiscalização Alfandegária (ICE).

“O ICE pegou as informações deles e agora vai enviar um aviso para o endereço que deixaram como local de residência, para que eles possam comparecer ao ICE para concluir o processo e colocá-los no processo de deportação”, explicou Luis Paoli, um advogado de imigração.

Essas pessoas não foram processadas no momento de sua entrada porque as autoridades de fronteira estavam sobrecarregadas com o grande número de migrantes.

Em um comunicado, a agência federal disse que “os não cidadãos devem ir ao escritório do ICE mais próximo para que possam ter informações coletadas pela Alfândega e Proteção de Fronteiras (CBP) como prova de cidadania e deportação”.

Ao chegar em um dos escritórios do ICE, impressões digitais e fotos serão tiradas e o caso será analisado para determinar como proceder com o imigrante.

Mas há preocupação entre os ativistas que temem que os migrantes sejam colocados em processo de deportação sem nem mesmo terem visto essas ordens.

E, como explicam alguns defensores dos imigrantes, essas pessoas frequentemente mudam de endereço ou as autoridades na fronteira registram incorretamente seus dados.

“Pode ser que o não comparecimento da pessoa não seja o resultado de sua decisão de não comparecer, mas simplesmente que ela nunca recebeu a notificação para saber que deveria comparecer ao tribunal. E esse é um problema muito antigo”, disse a ativista Helena Olea.

Mais de um milhão de pessoas que chegaram à fronteira sul foram expulsas do país sob uma política de saúde pública, no entanto, esses 78.000 imigrantes indocumentados que agora são procurados foram liberados em liberdade condicional, algo que os críticos do governo dizem ser o mesmo.

 

Fonte: Brazilian Press