Kendrick Gomes, 32 anos, Melissa Freitas, 44 anos, Levi Fernandes Gomes, 23 anos. O que eles…

Kendrick Gomes, 32 anos, Melissa Freitas, 44 anos, Levi Fernandes Gomes, 23 anos. O que eles têm em comum? São Americanos de nascimento, filhos de imigrantes, a segunda geração de famílias que buscaram nos EUA uma melhor qualidade de vida para seus descendentes há décadas atrás.

Como eles se sentem? Americanos ou brasileiros/portugueses? O dilema de culturas faz parte da grande maioria das famílias norte-americanas. País construído através da diversidade cultural, os “filhos da América” vivem os valores Americanos sem nunca esquecer a cultura familiar dos pais.

Melissa Freitas e a irmã, em Terceira, Açores, Portugal (1996

A Americana-Portuguesa Melissa Freitas é filha do casal de portugueses José de Sousa e Lucy Mello, vindos da região de Açores, em Portugal. Embora tenha nascido e crescido em Massachusetts, mantem as tradições e cultura portuguesa em casa, na igreja e até no local que escolheu para viver com o marido e dois filhos (11 e 13 anos), rodeada por conterrâneos europeus. “Eu tento passar toda a cultura portuguesa para meus filhos, inclusive comidas e festivais. Gostaria que eles falassem fluentemente a língua, já que eu e meu marido só falamos em português entre si, mas os meninos, embora entendam tudo, falam muito mais inglês do que português”.

Melissa, o marido e os dois filhos, em dia especial na América

Melissa lembra que quando entrou na escola, por volta dos 5 anos, não sabia falar inglês. “Tive muita dificuldade na escola, precisei de aulas de reforço e ler mais que o resto da turma. No ‘college” vivia entre as aulas e voltar para casa. Mas, meu pai sempre me ensinou a trabalhar arduamente para se chegar onde quer”, lembra. Embora todos os verões tenham sido com a grande família, em Portugal, Melissa escolheu a América para criar os filhos pelas oportunidades que este país é capaz de proporcionar. “Eu cresci aqui, não conheço outro lugar. Aqui você tem oportunidades no que quiser fazer e pode chegar aonde desejar. Nós, europeus, trabalhamos arduamente, meu pai tinha dois trabalhos para nos manter”. É esse esforço e determinação que ela tenta passar para os filhos que estão crescendo na terra das oportunidades.

Levi Gomes tem dupla cidadania, nasceu na América e seus pais são brasileiros_

Levi Fernandes Gomes é cidadão dos Estados Unidos e o caçula de uma família de 4 irmãos, todos com a mesma nacionalidade. Nasceu em Massachusetts, mas fala português fluentemente. Em uma conversa mais longa, o sutil sotaque denuncia algo diferente, mas longe de perceber tratar-se de um americano. Filho de Nilson Gomes e Filizbina Fernandes, conterrâneos de Governador Valadares (MG), Levi hoje frequenta a faculdade e já tem seu próprio negócio, uma pizzaria. Entretanto, ele tem planos de casar com uma brasileira e dar continuidade à tradição da família. “Quero casar com uma brasileira e ensinar meus filhos mais da cultura do Brasil. Minha oportunidade aqui é muito rara, poder trabalhar em família. Estou aqui por já ter algo estabelecido. Onde estiver esta oportunidade, de negócio em família, será minha prioridade”.

Levi Gomes com a família e amigos curtindo o calor do povo brasilieiro_

Quando questionado se é mais Americano ou Brasileiro, Levi é enfático: “não consigo discernir, sou 100% Americano e 100% Brasileiro. Sou parte da cultura Americana, tenho amigos americanos e vivo hábitos americanos. Quando estou em visita ao Brasil me sinto brasileiro. Meus parentes me recebem em suas casas e é sempre uma festa”. Entre idas e vindas ao Brasil, Levi concorda com o pai, quando ele fiz que na América existem mais oportunidades. Mas a vida social, entre primos, tios e amigos, é bem mais divertida no Brasil. Sobre seu português fluente, ele fala orgulhoso que aprendeu com os pais, músicas e estudo, diferente dos irmãos, nunca teve professor particular. “Fui aprendendo pouco a pouco, fui aprimorando com livros e músicas”. 

O registro americano da vida de Levi (ao centro) na High School

O valor que Levi dá ao Brasil é bem representado quando ele se magoa ao

s ruins sobre o país. “Fico sentido quando ouço notícias ruins seja na política ou através de amigos. O Brasil é minha segunda casa, meu pai tem negócios lá e planos pra lá”. Quanto à América, o jovem diz que aprendeu a ser feliz aqui. “Tem muita coisa que me deixa em paz e alegre. Não só as oportunidades, a segurança, mas o que conseguimos conquistar aqui. A confiança e a vizinhança. Afinal, todos aqui (na América) são de outro lugar e tem muita cultura, cada um quer compartilhar a própria cultura”, conclui. Entre os valores americanos que quer preservar, ele diz que “organização” (disciplina) é o principal deles. “Temos o tempo de acordar, se exercitar, tomar o café da manhã e ir trabalhar. Nossa vida precisa dessa organização. Estabilidade, uma vida financeira consciente e equilibrada”.

Kendrick Gomes em visita ao Brasil, na Bahia. A camiseta representa de onde vem, América_

Filho de pai baiano e mãe mineira, Kendrick Gomes é Americano, nascido em Cambridge, cidade de Massachusetts. Até os 5 anos de idade não falava inglês. Lembra que na época escolar a escola solicitou que ele ficasse em uma sala de aula de não-fluentes, mas sua mãe exigiu que ele, como americano, frequentasse uma sala regular. Lá aprendeu a dominar o idioma, mas sempre cercado por amigos brasileiros. Aos 16 anos sofreu uma crise existencial por não ser considerado Americano pelos Americanos nem Brasileiro pelos Brasileiros. “Nessa época fui morar na Bahia com minha avó, ensinei inglês, mas vi que não dava para ficar lá”, revelou.

“Hoje me sinto 100% Americano e 100% Brasileiro. Minha vida americana foi na escola (educacional) e minha vida social foi no Brasil. Meu melhor amigo era brasileiro. Depois dos 19, 20 anos, fiz questão de ter amigos brasileiros se não eu ia perder a fluência, só trabalhava com americanos”. Sobre as oportunidades que a vida americana lhe deu, Kendrick lembra que por duas vezes as portas se abriram por ele falar português e inglês, primeiro em um restaurante que era exigido o espanhol (bem próximo ao português) e depois como advogado de imigração. “Embora eu não tivesse experiência, eles me contrataram por ser americano e falar português”, lembra.

Kendrick curtindo o dia de sol no inverno americano_

O Americano-Brasileiro diz que o Brasil representa sua família. “Minha maneira de pensar, minha origem é brasileira. Uma cultura mais aberta, mais alegre. Mas o valor americano para a educação, o trabalho e as oportunidades são relevantes”.  Ele reconhece que a oportunidade que teve e que tem hoje é muito maior na América. “Até em relação a viajar, posso viajar para qualquer lugar do mundo sem me preocupar com visto. Por outro lado, ser criado em outra cultura e falar outra língua faz a diferença”, revela orgulhoso. Hoje, Kendrick é proprietário de um café, Café Aroma, em Weymouph (MA), há 4 anos.


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Fonte: Por Liane Cyreno

Fonte: Brazilian Times