Mais da metade dos imigrantes em centro de detenção na Flórida foi exposta ao coronavírus

Mais da metade dos detidos em um centro de detenção de imigração no Condado de Miami-Dade, na Flórida, foram expostos ao COVID-19, de acordo com informações divulgadas pelo governo dos estados Unidos, em um tribunal federal na terça-feira, dia 21.

Em uma declaração juramentada no tribunal federal de Miami, Liana J. Castano, diretora interina encarregada das instalações de Krome, disse que oito funcionários testaram positivo para o vírus e que 350 detidos, que foram expostos à doenças foram colocados em quarentena. Isso é uma prática que o Departamento de Imigração e Alfândega (ICE, sigla em inglês) chama de “coorte”.

Os registros do tribunal mostraram que, na segunda-feira, havia 587 detidos em Krome. A declaração de Castano é parte de um caso federal em andamento apresentado por advogados de imigração que buscam a libertação de cerca de 90% dos imigrantes em três centros de detenção no sul da Flórida – Krome, o Centro de Transição Broward, em Pompano, Beach, e o Centro de Detenção do Condado de Glades, em Moore Haven.

O número de detidos expostos ao vírus de acordo com Castano significa um aumento de 112 em cerca de duas semanas. Em 8 de abril, ela relatou que havia 238 pessoas sendo isoladas. Mas esses números “provavelmente serão muito maiores”, dizem especialistas, “devido à falta de testes e à constante transferência de detidos pela Flórida e pelo país”.

“Se as pessoas estão indo e vindo, saindo e depois entrando, então o número de pessoas que foram realmente expostas é muito superior a 350”, disse Herald Ashish Jha, diretor do Instituto Global de Saúde de Harvard.

“É uma política terrível. A ideia de que você tem todas essas transferências de um centro para o outro ou para aeroportos e cada uma delas exige oficiais e várias pessoas com as quais você precisa interagir é preocupante”, acrescentou Jha. “É muito arriscado no contexto do coronavírus”.

O ICE relatou que até terça-feira, dia 21, 220 detentos em todo o país testaram positivo para o vírus. No entanto, oficiais da agência disseram ao Congresso na semana passada que apenas 400 de seus 32.000 detidos passaram por testes.

Até terça-feira, cerca de 50 cidadãos guatemaltecos que estão no centro de dentenção Krome foram transferidos para o aeroporto ou outros centros, pelo menos 11 vezes nos últimos 7 dias. Durante cada transferência, nenhum deles recebeu equipamento de proteção individual, conforme relata a denúncia.

Na semana passada, o Ministro da Saúde da Guatemala, Hugo Monroy, afirmou que 75% dos passageiros em um recente voo de deportação dos EUA testaram positivo para a doença.

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Fonte: Redação – Brazilian Times.