Editorial de jornal Americano destaca que brasileira Gisele Fetterman é a “mãe amiga” que muitos desejam

A brasileira Gisele Fetterman se mudou para os Estados Unidos como uma imigrante sem documentos quando tinha apenas sete anos. Agora, ela e o marido, John, moram em uma concessionária reformada, cuja planta baixa permite que seus filhos, Karl, Grace e August andem de bicicleta.

Ela possui uma rede de lojas que oferecem produtos gratuitos para pessoas necessitadas, além de oferecer dignidade e respeito a elas.

Seu feed do Instagram destaca limpezas de cemitérios historicamente negros e os lindos vestidos lindos que ela utiliza são baratos. “Gisele Fetterman é aquela mãe amiga que muitos gostariam de ter”, diz um editorial escrito por Elizabeth Broadbent e publicado pelo site Scary Mommy.

O texto destacou a trajetória de Gisele. O Brazilian Times também já compartilhou com os seus leitores a vida desta imigrante que se tornou uma referência no estado da Pensilvânia devido à suas ações sociais. Por isso, diariamente ela é assunto em diversos veículos de comunicação.

Esposa do vice-governador da Pensilvânia e candidato ao Senado John Fetterman, ela não reside na capital do estado, mas na pequena cidade de Braddock, a qual seu esposo revitaizou quando era prefeito.

O ediorial destaca que Gisele irradia doçura que conquista todos à sua volta. “Minha mãe, eu acho, era aventureira”, disse a brasileira. “Ela veio com dois filhos, sem saber inglês, sem emprego, não conhecia ninguém, mas estava em busca de esperança e oportunidade. Minha mãe se cansou da violência no Brasil. Ela não queria que fosse normal para mim e meu irmão”, acrescentou.

Uma noite, enquanto jantava, Gisele ouviu sua tia izer à sua mãe que ela havia sido roubada apenas sete vezes naquele ano. “Minha mãe temia que eu crescesse e falasse sobre violência assim, como se fosse normal, como se fizesse parte do cotidiano da vida”, explicou. “Ela voltou para casa com uma mala e disse ‘arrume suas coisas favoritas e vamos viajar’. Eu tinha sete anos, estava prestes a fazer oito. Foi difícil para mim fazer as malas… nessa idade, tudo parece muito importante”, destacou.

Eles chegaram à New York, estabelecendo-se no Queens. Sua mãe, que tinha doutorado e administrava hospitais no Brasil, passou a limpar hotéis e casas, aprendendo inglês com o auxílio de um walkman. Gisele fez aulas de ESL. Ela disse que aprendeu que “você sempre pode recomeçar e nunca deve se sentir preso”.

Gisele recebeu seu Green Card em 2004 e tornou-se cidadã dos Estados Unidos em 2009. Ela criou raízes em Newark, em 2007, e trabalhando duro comprou uma casa.

Durante um retiro de ioga na Costa Rica, ela leu uma história sobre “um novo jovem prefeito” que tentava revitalizar uma cidade que havia sido abandonada. “Eu realmente não conseguia entender o abandono, como você podia sair de casa e deixar álbuns de casamento e roupas de seus filhos, mas foi o que aconteceu aqui”, explica ela. “Mais de 90% da comunidade saiu, deixando todos os seus pertences para trás”.

Ela voltou da Costa Rica, mas não conseguia parar de pensar em Braddock. Gisele sempre amou a ponte do Brooklyn e descobriu que o aço utilizado para construí-la tinha vindo das fábricas de Braddock. “Isso foi um sinal”, diz ela. “Nós, brasileiros, acreditamos nos sinais. Então, escrevi uma carta manuscrita para o distrito compartilhando o trabalho que eu estava fazendo”, disse ela que na época trabalhava em questões de acesso a alimentos e tinha sua própria organização sem fins lucrativos. “Eu disse que queria visitar e conhecer de perto a cidade”, continuou.

John recebeu a carta, ligou para ela e eles se casaram um ano depois. Os dois construíram uma história baseada no amor ao próximo, carinho pelas pessoas e luta por igualdades sociais.

Com o passar do tempo, aquela brasileira que viveu sem documentos durante um tempo, começou a se tornar querida em sua comunidade e todos os dias acordava com o objetivo de ajudar o próximo. Gisele se tornou um exemplo de solidariedade e ganhou o respeito de todos.

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