Um dos pioneiros mais antigos da comunidade brasileira, o ativista Dario dos Santos foi…
Um dos pioneiros mais antigos da comunidade brasileira, o ativista Dario dos Santos foi encontrado morto em sua casa, em Washington, DC. Ele se tornou uma pessoa bastante conhecida na comunidade, pois além de um forte ativismo social e comunitário, foi colunista social do Brazilian Times e realizava caravanas para o BR Day New York. Também foi candidato ao Conselho de Representantes dos Brasileiros no Exterior (CRBE).
O ativista, que era natural de Paraguaçu (Minas Gerais), atuava em Maryland, Virgínia e Pennsylvania. Ele apresentava e produzia eventos locais para a comunidade brasileira.
Em 1974 ele chegou aos Estados Unidos com bolsa de estudo e cursou no Bryn Athyn Academy College, recebeu o Associates Arts Degree em Letras. Em 1978, após a sua formatura, ele voltou ao Brasil, onde foi Assessor Comercial na Embaixada da Grã-bretanha, de 1978 a 1983. Nos anos seguintes, até Maio de 1986, como empresário, ele abriu sua própria empresa de Assessoria e em Maio de 1986 voltou para os Estados Unidos onde se dedicou ao jornalismo e atividades comunitárias.
Desde o seu retorno, ele usava a maior parte do seu tempo para apoiar os brasileiros residentes na área metropolitana de Washington DC, Maryland e Virginia. Para isso, ele promovia eventos que visavam integrar as pessoas o máximo possível com as demais comunidades brasileiras de outras regiões. Ele criou nos anos 90 a Casa do Brasil que servia de ponto de apoio local para os brasileiros.
Na década de 90 ele colocou em circulação um jornal chamado Capital do Capital, mas foi fechado depois de alguns anos. Ele circulou entre os anos de 1989 e 1995.
Dentre as várias outras atividades ligado a comunidade brasileira, Dario trabalhou para o Museu Anacostia, que pertence ao conglomerado de Museus do Instituto Smithsonian, promovendo a cultura brasileira nos Estados Unidos.
No período de 1995 aos dias atuais ele desenvolvia atividades da empresa criada por ele nome Dajosan Enterprises & Promotions, cuja finalidade era promover a cultura brasileira. Ele foi o responsável pela composição e música do “Hino do Brasileiro Imigrante no Mundo” e sugeriu ao Governo Brasil que colocasse uma estrela a mais na Bandeira do Brasil para representar os milhões de brasileiros que vivem no exterior”.
De acordo com a filha de Dario, o pai morreu vítima de falha renal, doença que estava em estágio 3.
O Brazilian Times conseguiu algumas informações que relatam a atual situação vivida por Dario nos últimos meses. Ele enfrentava dificuldades financeiras e estava prestes a ser despejado do apartamento onde morava.
Dario morava em uma “townhouse” de propriedade de um brasileiro que abriu um pedido de “eviction”.
Dario era uma pessoa muito reservada e falava muito pouco sobre sua vida pessoal. Ele tinha apenas uma filha nos Estados Unidos, Carol Flores, e três netos. Como a morte pegou a família de surpresa, ela não estava preparada financeiramente para arcar com as despesas de funeral, devido à crise causada pela pandemia do novo coronavírus. Por isso optou pela cremação do corpo que ficou orçado em US $5,000.
Homenagem a um brasileiro que fez a sua parte na comunidade
Ao longo dos anos adquirimos bons amigos e como em um piscar de olhos eles desaparecem.
Em 2004 conheci Dario dos Santos por ocasião do evento Miss Brasil USA na qual éramos coordenadores dos nossos respectivos estados eu aqui na Califórnia e ele em Washington DC. Encontramos na final em Fort Lauderdale e nos tornarmos amigos. Conversávamos muito no telefone e todo ano ate 2008 encontrávamos na Florida. Na época eu era proprietário do jornal Brazilian Pacific Times e o Dario era um dos meus colabores em Washington. Dario nunca importou muito com as coisas da vida, levava tudo muito descontraído e sempre em alegria. Divertíamos muito em nossas conversas e dávamos risadas longas. Em uma das suas loucuras ele escreveu uma crônica com o título de como se tornar um Homeless de sucesso, publiquei esta crônica e foi um verdadeiro sucesso no meio de nossos leitores.
Lembro-me também que em uma reunião do Focus Brasil na Florida com a presença de varias celebridades Dario tomou o microfone e anunciou que deveríamos formar um estado flutuante, a idéia não repercutiu muito bem e varias pessoas criticaram e debocharam do Dario. Alguns anos mais tarde este estado flutuante foi firmado e calou a boca de muitos. Ele também escreveu os hinos brasileiros do imigrante, que foi tocado em vários eventos de comunidades brasileiras e rádios dos EUA. Poderíamos achar mil defeitos com o Dario, mas era um patriota, quando chegou em Washington trabalhando na Embaixada Inglesa uma das primeiras coisas que ele fez foi abrir uma casa chamada Casa Brasil onde ali abrigou dezenas de brasileiros com dificuldades dando abrigo, comida e ainda arranjando um trabalho. Espero que muitos reconheçam a ajuda que Dario Santos proporcionou, nunca mediu esforços para uma ajuda, largava seu próprio conforto para ajudar o próximo e muitas vezes sem nenhuma remuneração.
Finalmente como dito acima em um piscar de olhos ele desapareceu só que desta vez para sempre.
Tenho uma grande alegria que tive a oportunidade de falar do nosso criador com ele e no fundo do meu coração sei que ele foi para o Pai.
Dario deixou uma filha Carol Flores e 3 netos, minhas sinceras condolências.
Obrigado Dario Santos
Jaroslav Pribyl
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Fonte: Redação – Brazilian Times.
Fonte: Brazilian Times