Ativista brasileira tranquiliza imigrantes e diz que regra da “Cobrança pública” não afeta status de imigração

Até 129.000 residentes de Massachusetts podem sair do MassHealth e milhares podem evitar assistência alimentar – apesar das demissões em massa durante a pandemia do coronavírus – por medo de que esses benefícios possam afetar seu status de imigração ou de um ente querido no futuro, de acordo com um novo relatório.

Um projeto da Massachusetts Medicaid Policy Institute e da UMass Medical School’s Commonwealth Medicine, publicado na terça-feira, dia 29, afirma que milhares de pessoas provavelmente negarão a si mesmos esses benefícios por medo da regra de “cobrança pública” que entrou em vigor no início deste ano – não porque a regra se aplicaria a eles, mas porque eles acreditam erroneamente ou ainda temem que ela possa afetá-los ou às suas famílias de alguma forma.

O relatório projeta que entre 55 mil e 129 mil residentes provavelmente irão cancelar a matrícula ou evitar a inscrição no MassHealth como parte de um “efeito inibidor” gerado pela regra. O estudo também projeta que entre 27 mil e 63 mil residentes viverão em famílias que vão optar por não receber o Programa Compementar de Assistência à Nutrição (SNAP).

Massachusetts é um estado com pelo menos 1,1 milhão de residentes nascidos em outros países.

“Esta análise demonstra que muito mais pessoas a quem essa mudança de política não se aplica serão prejudicadas também, devido ao medo de que isso possa se aplicar a elas, e o resultado será uma saúde mais precária, maior insegurança alimentar e maior estresse para muitos”, disse Audrey Shelto, presidente da Fundação Blue Cross Blue Shield de Massachusetts.

As projeções apresentadas no relatório não foram uma surpresa para os líderes comunitários que fornecem assistência alimentar e aconselhamento aos imigrantes.

Meses depois que a regra de “cobrança pública” entrou em vigor, Natalicia Tracy ouve a mesma pergunta sobre benefícios públicos e até mesmo sobre os recentes programas de alívio do COVID-19.  “O que eles querem saber é se esses benefícios serão usados no futuro em processos de imigração”, explicou ela que é diretora executiva do Brazilian Women’s Worker Center. “Como você sabe se o Trump vencer de novo, não vai usar isso contra nós?”.

O centro oferece aconselhamento a clientes que perguntam sobre a elegibilidade para programas como o Women’s Infants and Children (WIC) e SNAP, bem como programas de alívio COVID-19, mais recentes, como fundos EBT para Pandemia.

“Ainda assim, os imigrantes elegíveis para assistência alimentar do SNAP pareciam relutantes em usá-lo, mesmo quando o coronavírus fechou escolas e empresas”, disse Tracy. Quando a pandemia atingiu Massachusetts, o BWC decidiu oferecer serviços de alimentação a imigrantes na área metropolitana de Boston que, de outra forma, pois eles não se sentiam seguros para usar os vale-refeição ou ir a despensas de alimentos tradicionais.

Agora o BWC está servindo cerca de 2.000 refeições para 500 famílias por semana, de acordo com Tracy. Cerca de 20% dos destinatários são asiáticos. Os outros 80% são originários de Honduras, El Salvador, Brasil, República Dominicana e outros países da América Latina ou do Haiti e Cabo Verde.

Gina Plata-Nino, advogada do Central West Justice Center of Community Legal Aid, disse que a organização frequentemente ouve preocupações de clientes que têm medo de usar benefícios públicos, mesmo que não sejam afetados pela regra de “cobrança pública”.

Apesar do COVID-19, Plata-Nino disse que o centro notou que latinos, até mesmo cidadãos norte-americanos com parentes imigrantes e titulares de green card estão preocupados que possam ser afetados pela regra – embora ela não se aplica a eles.

“Já existe um estigma em torno dos benefícios do estado”, disse. “A cobrança pública só piora as coisas”. Mas ela afirmou que não há motivos para ter medo.

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Fonte: Redação – Brazilian Times.