SÃO PAULO, SP, E BRASÍLIA, DF (UOL/FOLHAPRESS) – A ministra Rosa Weber, do STF (Supremo Tribunal Federal), seguiu a PGR (Procuradoria-Geral da República) e determinou o arquivamento do inquérito que investigava o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP-PI). O senador licenciado era investigado por suposto recebimento de propinas em troca do apoio do PP à chapa Dilma-Temer, em 2014.

Em maio, a procuradoria havia pedido o arquivamento da investigação sob a suspeita de que o ministro havia recebido propina do grupo JBS em 2014. A justificativa foi falta de provas.

Na mesma manifestação, porém, a Procuradoria afirmou que há nos autos elementos que “apontam para a efetiva entrega de valores em espécie” para Gustavo Nogueira e defendeu a continuidade das investigações na primeira instância da Justiça do Piauí.

Gustavo é irmão de Ciro e foi apontado pelos delatores da JBS como o intermediário dos repasses ilícitos destinados ao aliado do presidente Jair Bolsonaro (PL).

Do total, segundo a delação premiada, R$ 2,9 milhões seriam destinados exclusivamente a Ciro e teriam sido repassados a Gustavo por meio do supermercado Comercial Carvalho, sediado na capital piauiense. O estabelecimento é um cliente do JBS.

O relatório final da Polícia Federal apontou ter havido crime de corrupção passiva por parte de Nogueira. No documento de 61 páginas, o delegado Rodrigo Borges Correia afirmou que houve repasses de propinas ao então senador, pagas pelo empresário Joesley Batista, para garantir o apoio do PP à reeleição de Dilma.

A PGR viu elementos para que o irmão de Ciro, apontado como intermediário da propina, continue a ser investigado, juntamente com Joesley e outras pessoas ligadas ao JBS, mas entendeu que a apuração deve ser arquivada em relação ao ministro.

Nogueira, atualmente, é presidente nacional do PP. Em agosto de 2021, o político assumiu a Casa Civil após ser “convencido” pelo presidente Jair Bolsonaro (PL).

Nesta quinta-feira (2) o ministro da Casa Civil afirmou à CNN Brasil que o PP não fará parte da base de um eventual governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e que, caso o petista seja eleito, será oposição a ele.